Discutir e sensibilizar a sociedade sobre a importância da conservação, manejo, uso e comercialização do bacuri como promoção da geração de renda e emprego.  Estes foram os objetivos do I Seminário Bacuri do Alto das Chapadas ao Comércio nas Cidades, que aconteceu no município de Chapadinha.

Para o secretário de Estado adjunto de Agricultura, Fortunato Macedo Filho, a realização de um evento como esse é extremamente necessário para a qualificação do agricultor rural.  Fortunato ressaltou o valor da realização de um seminário sobre o manejo e a conservação do bacuri no município de Chapadinha, considerado pólo do Baixo Parnaíba.  “Este seminário é muito importante para a agricultura.  O Maranhão precisa distribuir as suas aptidões agrícolas para que a agricultura familiar possa crescer e competir em níveis de agronegócio”.

Na ocasião, o secretário adjunto também falou das ações da Agência de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp).  Ainda segundo Macedo, até o ano 2012, a Agência estará voltada com mais ênfase para os Territórios da Cidadania, a cadeia produtiva do biodiesel, o programa de aquisição de alimentos e o setor da soja.  “O objetivo do Governo do Estado é focar o desenvolvimento sustentável de cada município”, finalizou Macedo.

Durante o evento foram apresentadas pesquisas, palestras de comercialização e financiamento, oficinas e debates, além de visita técnica e aulas práticas com especialistas em bacuri.

Segundo os pesquisadores da fruta, atualmente, com a expansão das lavouras da soja e do eucalipto no Maranhão, houve um desmatamento acelerado dos bacurizais.  Mas, mesmo assim, os bacurizeiros têm sido freqüentemente citados como espécie promissora pelas amplas possibilidades que apresenta no seu uso múltiplo, podendo vir a se constituir, em um futuro próximo, em uma alternativa para a diversificação da fruticultura na Amazônia, nos Estados do Piauí e do Maranhão, locais em que ocorre espontaneamente.

“O manejo de bacurizeiros nativos consiste basicamente em ajustar a densidade para 100 a 120 indivíduos por hectare, e controlar o mato, para diminuir a competição inter-específica e intra-específica, respectivamente”, ressaltou o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, José Edmar Urano de Carvalho.

O mestre em Biologia, Adriano Kid, falou das aves polinizadoras nos bacurizeiros do Cerrado Maranhense.  De acordo com as suas pesquisas, foi verificada uma produção média de 1,58 ml de néctar, havendo maior produção no período da manhã.  Ele informou que foram registradas 27 espécies de aves - abrangendo nove famílias, visitando as flores do bacurizeiro para consumir néctar ou pólen.  “A preservação das arvores torna-se fundamental para a preservação do bacurizeiro e da produtividade de bacuris no Cerrado do Maranhão”, explicou o biólogo.

O secretário estadual de Direitos Humanos, Eurico Fernandes da Silva e o secretário adjunto de Agricultura do município de Chapadinha, Antônio Souza, também estiveram presentes ao evento, com visita de campo e aulas práticas.

O agricultor Roberto Carlos Nunes adorou a experiência: “Durante esses dois dias, aprendi muito sobre o bacuri, uma fruta que temos em abundancia, mas que, infelizmente, não sabemos manejar”.

(Seagro, Amazonia.org.br, 03/09/2008)