O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) registrou, nesta terça-feira (02/09), sua participação como representante do Senado no 26º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, realizado de 24 a 26 de agosto, em Colônia. Os debates, informou o senador, giraram em torno de temas relacionados a energia, meio ambiente, regulação econômica e propriedade intelectual.
Conforme o parlamentar, os alemães estão incentivando o Brasil a promover segurança energética e proteção climática, o que significa, entre outras coisas, investir na produção de biocombustíveis. Maldaner observou que a Alemanha tem uma grande contribuição a dar em matéria de tecnologia, embora não disponha de grandes espaços para o plantio de matéria-prima, o que é o caso do Brasil.
Também foram estabelecidas bases de cooperação no setor de infra-estrutura. Os alemães afirmam estar interessados em fornecer ao Brasil apoio e investimentos necessários para "eliminar com sucesso os gargalos, infra-estruturais que limitam o crescimento econômico". Na lista de "gargalos" estão os portos e os transportes fluvial, ferroviário e aéreo
- Acho que precisamos abrir e criar regras para que possam existir fundos de investimentos internacionais, e eles têm fundos fortes para isso - opinou Maldaner.
Os alemães insistiram igualmente na concretização de acordos bilaterais como o que se desenha entre a União Européia e o Mercosul. Seria também recomendável que os dois países liderassem esforços para reduzir tarifas e retomar a Rodada de Doha, segundo relato do senador.
Uma frente importante seria o apoio de Brasil e Alemanha em prol de cooperação mais estreita entre o G-8 e o G-5. O G-5 é formado pelos principais países emergentes: China, Índia, África do Sul, México e Brasil. O G-8 é o grupo dos mais desenvolvidos: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Canadá, Itália e Rússia.
- Eles deixaram claro que para se resolver os problemas globais é necessária a participação de mercados emergentes. Os governos devem, portanto, trabalhar para dinamizar esse processo - disse Maldaner.
Ainda na linha de facilitar o comércio internacional, foi debatida no encontro a necessidade de se aprimorar a "cooperação regulatória". Os dois países devem trabalhar juntos para promover regulamentações e padrões destinados a incrementar a corrente comercial e os fluxos de investimentos, bem como aprimorar procedimentos alfandegários.
- É preciso que as coisas fluam, as coisas andem, porque tempo é dinheiro, tempo é valor, tempo é custo - frisou o senador.
Os alemães estão preocupados, segundo o senador com a proteção aos direitos de propriedade intelectual. Eles endossam os avanços obtidos com as medidas adotadas pelo Brasil nos últimos anos, mas "conclamam" os brasileiros a "intensificar os esforços contra a falsificação e a pirataria".
Outras questões apresentadas pelos alemães no encontro foram a melhoria do ambiente de investimento, a eliminação da "dupla tributação" e a possível realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014, com o aproveitamento a experiência alemã em 2006.
O encontro teve a participação de empresários dos dois países, de representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação das Indústrias Alemãs e da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, além de autoridades e funcionários governamentais. Dois governadores brasileiros estiveram presentes: o de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e o do Espírito Santo, Paulo Hartung. Este será o anfitrião do encontro no ano que vem.
(Por Nelson Oliveira, Agência Senado, 02/09/2008)