Ministra diz que Brasil não será país com muito petróleo e sem indústria.
Para ela, é preciso haver uma cadeia que estruture fornecimento.
A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, disse nesta terça-feira (2) que o Brasil não sofrerá a “maldição do petróleo” e defendeu que o petróleo extraído da camada pré-sal seja beneficiado e tenha valor agregado para gerar emprego e renda no país.
“Não basta ter óleo e os recursos dele derivados. País que tem isso sofre a maldição do petróleo: um país com muito petróleo, sem indústria e exportador de óleo bruto. É tudo o que nós brasileiros não precisamos ser, nem seremos”, afirmou durante o seminário “O Brasil que queremos ser”, realizado pela revista “Veja”, em São Paulo.
Dilma disse que é preciso haver uma cadeia que estruture o fornecimento de bens e serviços para a indústria petrolífera. “Você não vai exportar o petróleo bruto porque entre o preço dele, do refinado e do bem petroquímico tem várias margens que o Brasil pode capturar. E por rque temos que fazer isso? Isso é riqueza direta, é emprego e renda para muita gente, e riqueza dentro do país, que o faz mais forte e seguro.”
Dilma explicou que com as rendas geradas pela venda do petróleo para o exterior produzido pelas plataformas, pela indústria naval e vendido como refinado ou petroquímico será possível investir em educação.
Reproduzindo uma declaração do presidente Lula, a ministra Dilma Roussef afirmou que o país está em “uma situação de tranqüilidade como nunca antes” esteve. A ministra comemorou o fato de o Brasil ter “uma nova classe média” e perspectivas de grandes investimentos privados. “Temos uma perspectiva da ordem de R$ 1 trilhão e 500 bilhões ou 400 bilhões baseados pelo BNDES.”
(Por Maria Angélica Oliveira, G1, 02/09/2008)