Organizações sociais reagiram ante as declarações do presidente uruguaio Tabaré Vásquez de que a polêmica empresa de celulosa Botnia não contamina os ambientes. Por outro lado, também se incrementaram novos protestos contra a instalação da empresa, situada entre Gualeguaychú (Argentina) e Fray Bentos (Uruguai).
De acordo com a Assembléia Ambiental de Gualeguaychú, diferente do que vem afirmando o presidente em cadeias de televisão, os compostos contaminadores tóxicos são, em grande escala, prejudiciais ao meio ambiente, chegando a uma descarga anual de 1.000 toneladas de elementos tóxicos.
Em um dos meios de comunicação, o presidente teria afirmado o seguinte: "(Botnia) não apenas não contamina, pois a água que entra para a utilização industrial e depois regressa é tratada novamente para o Rio Uruguai, e sai em melhores condições meio-ambientais do que quando ingressa".
O documento, assinado por Martín Ignácio Alazard (médico), Carlos Goldaracena (bioquímico) e Jorge Razetto ( engenheiro químico), integrantes do Grupo Técnico da Assembléia Ambiental de Gualeguaychú, afirma que "resulta incompreensível que a máxima autoridade de um país e, ainda mais sendo um profissional médico, sustente semelhante aberração científica, já que a mesma empresa Botnia declara em seus múltiplos informes as características de seus efluentes líquidos com uma elevada carga de compostos com contaminadores tóxicos".
A empresa de celulose Botnia foi instalada na margem oriental do Rio Uruguai sob protestos de distintos movimentos e organizações ambientais de ambos os países. No final de semana passado, a Assembléia retomou suas atividades contra a papeleira, realizando uma marcha que contou com centenas de apoiadores.
(Adital, 02/09/2008)