Na próxima edição da Fiema Brasil 2008 – Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente -, que acontece na cidade gaúcha de Bento Gonçalves entre 29 de outubro e 1º. de novembro, estará em exposição mais um equipamento brasileiro que contribui para dimensionar um dos maiores problemas ambientais da atualidade – o aproveitamento dos resíduos sólidos.
A empresa Nil Tecnologia Ambiental, com sede em Minas Gerais, vai apresentar na Fiema um equipamento que converte diretamente o calor em energia elétrica. Ideal para utilização onde há desperdício de calor, sua melhor aplicação está em aterros sanitários, onde parte da energia do Biogás hoje é desperdiçada com a queima para a atmosfera.
“Os aterros sanitários ecologicamente corretos precisam ser construídos para que os gases que se formam neles sejam coletados e depois queimados pelo próprio gás a mais de 800 ºC, antes de irem para atmosfera em equipamentos denominados de Flares”, explica a AmbienteBrasil Nilton Gomes, da área de Marketing da empresa.
O equipamento da Nil é uma célula de energia que funciona como um conversor termoelétrico, equipamento capaz de converter diretamente o calor em eletricidade, sem a necessidade de que um motor a combustão ou uma turbina queime um combustível para gerar energia mecânica e, a seguir, fazer girar um gerador - efetivamente o que gera a eletricidade.
“Usamos como base o chamado Efeito de Seebeck - um fenômeno no qual uma tensão elétrica é criada quando junções de dois metais diferentes são mantidas sob temperatura”, diz Nilton.
“O fenômeno da termoeletricidade junta os lados ‘quente e frio’ da Física. Quando se aquece uma das extremidades do fio, os elétrons se deslocam para o lado frio, gerando uma corrente elétrica”, resume, nos termos mais leigos possíveis.
Segundo ele, existem muitas vantagens em se utilizar a tecnologia em aterros sanitários, pois, além de não possuir peças móveis, o equipamento não polui o meio ambiente, tornando a geração de energia elétrica um processo limpo, a partir do aproveitamento do calor que é jogado na atmosfera.
“Hoje a geração de energia elétrica em aterros sanitários utiliza os gases que são coletados para funcionar um motor à explosão e, com isso, os gases emitidos pelo escapamento poluem o ar”, diz.
Outra diferença apontada com ele em relação à tecnologia hoje em uso nos aterros sanitários é que os custos de manutenção desta, para manter os motores em funcionamento, são muito altos, com reparos periódicos, troca de óleo, entre outros procedimentos que demandam inclusive seu desligamento por longos períodos.
(Por Mônica Pinto /
AmbienteBrasil, 02/09/2008)