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agricultura familiar
2008-09-02
Sementes crioulas - nativas - consideradas já perdidas no Espírito Santo, tamanha a escassez, já estão sendo resgatadas pelas famílias ligadas ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Mas há dificuldades: as sementes de milho tiveram de ser trazidas de Goiás, e as famílias não estão encontrando sementes de arroz que produzem em áreas úmidas.

As informações são de Valmir Noventa, um dos coordenadores estaduais do MPA. Hoje o MPA capixaba é formado por 2.600 famílias, com 250 grupos de base, em 28 municípios.

São estas famílias que estão trabalhando, há três anos, na recuperação das sementes nativas. As famílias já fazem trocas de sementes e mudas. “Temos necessidade de ampliar esse trabalho, pois ainda não somos auto-suficientes na produção destas sementes. Mas já temos resultados”, assinala Valmir Noventa.

Ele acrescenta que em função das campanhas das empresas transnacionais produtoras de sementes, e da orientação técnica dada pelo governo, os capixabas praticamente não tinham arroz crioulo para plantar. Já está recuperado o arroz agulhinha, que é plantado fora das áreas alagadas. O arroz plantado em agosto ou setembro é colhido em fevereiro. O MPA ainda não tem sementes de arroz para plantios em áreas alagadas.

Um outro alimento básico na mesa dos capixabas e dos brasileiros é o feijão. As famílias do MPA capixaba já estão recuperando os feijões rosinha, terrinha, vermelho (que produz em 90 dias), o vermelho de sessenta dias, o preto e o manteigão.

Do milho crioulo, a variedade que está sendo plantada pelas famílias ligadas ao MPA é o caiano, doado pelo MPA de Goiás.

No caso do arrroz, feijão e milho existem outras espécies nativas, mas sua produção é extremamente limitada. E o MPA não conta, ainda, com um espaço específico para produção de sementes. Também há busca e recuperação de outras espécies, como mandioca, legumes, verduras, frutas, sem contar animais, principalmente os de pequeno porte.

Valmir Noventa considera essencial que os agricultores fujam das sementes híbridas. Essas sementes todos os anos têm de ser compradas pelos agricultores, o que onera os custos de produção e mantém o trabalhador preso às transnacionais.

A expectativa do MPA é de que no prazo de três anos os agricultores capixabas ligados ao movimento recuperem a auto-suficiência na produção de sementes nativas.

É meta do grupo também recuperar a capacidade de abastecimento das próprias famílias para, a seguir, levar os alimentos para comercialização. O MPA defende a comercialização em feiras ou no sistema de entrega direta ao consumidor, com cestas de alimentos.

O MPA também está se preparando para atender as demandas localizadas, como de hospitais, creches ou regionais. Já realiza levantamentos em alguns municípios como Pinheiros, São Mateus e Montanha. As vendas serão feitas através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Em São Gabriel da Palha, o MPA abrirá um centro de comercialização da agricultura camponesa. O município conta com cerca de 300 famílias ligadas ao MPA, em 29 grupos, e já tem o local para instalar o centro. O espaço precisa ser reformado.

O Espírito Santo tem 770 mil camponeses, dos quais 220 mil jovens. A população total do Espírito Santo é de 3,4 milhões habitantes. O MPA defende políticas para que os jovens tenham renda, educação de qualidade (como a da Pedagogia da Alternância), cultura e lazer. O movimento defende uma formação ideológica para o jovem que, entre outros, os permitam ficar e produzir no campo.

O MPA defende a agroecologia, com proteção e recuperação da terra, manutenção das matas nativas, e consequentemente da água e biodiversidade. O MPA denuncia o agronegócio, como do eucalipto, da cana e dos biocombustíveis em geral como prejudiciais ao Espírito Santo e ao país.

Valmir Noventa destaca que o compromisso do governo federal "é com o agronegócio”. Acredita que este setor é que representa a agricultura brasileira. Está equivocado, pois a agricultura camponesa é que produz 70% do que chega à mesa dos brasileiros, sem contar o que é consumido pelos próprios agricultores.

O agricultor que optar pelas sementes transgênicas, da mesma maneira que aconteceu com as sementes híbridas, será um dependente das empresas transnacionais, como a Syngenta, Bayer e Monsanto. Terá que pagar a elas para ter acesso às sementes para o resto da vida.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 02/09/2008)

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