A professora Alice Grimm, da Universidade Federal do Paraná, coordena desde 1993, na universidade, o grupo de pesquisa em meteorologia. Seu grupo foi pioneiro na descrição dos efeitos de eventos El Niño e La Niña sobre as chuvas no sul do Brasil, com adequada resolução temporal e espacial.
Em conjunto com pesquisadores argentinos, o estudo se estendeu também ao sul do continente, englobando Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Nas pesquisas da professora Alice, ficou claro que o maior impacto na região ocorre na primavera, principalmente em novembro. Recentemente, ao estudar o impacto de El Niño e La Niña na primavera e verão sobre toda a América do Sul, o grupo descobriu um efeito interessante da interação entre forçantes remotas, distantes do fenômeno que geram, e forçantes locais. Essa interação tende a produzir uma inversão de anomalias de chuva entre a primavera e o verão no centro-leste do Brasil, com reflexos também no sul. Assim, se no centro-leste chover acima do normal na primavera, principalmente em novembro, há certa tendência de que chova abaixo do normal no auge do verão, principalmente em janeiro. Esta hipótese sobre essa inversão foi testada com o modelo climático regional do Centro Internacional de Física Teoria da Itália.
(Por Aline Emi Naoe, Unesp, 28/08/2008)