Cadeia produtiva que começa na extração do petróleo e termina nas indústrias de transformação, muitas localizadas na Serra, está em expansão. O mercado de matérias-primas do setor está aquecido, porém, as empresas que transformam as resinas plásticas apontam que, apesar do crescimento na produção, há redução nos ganhos, devido ao aumento de preços de insumos e resinas.
De roupas a esquis, de garrafas a peças de veículos, as possibilidades de aplicação para o plástico são quase incontáveis. Por isso, o reaquecimento de diversos setores da indústria está impulsionando também o setor. Na região, são cerca de 400 empresas, que faturam aproximadamente R$ 1,7 bilhão ao ano.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Orlando Marin, o segmento de plásticos cresce, em média, 8% ao ano. Ele aponta que, nos últimos 18 meses, as empresas da região estão registrando crescimento na produção.
- O setor readquiriu a capacidade de investimento, está comprando máquinas e buscando tecnologia - ilustra o dirigente.
Mesmo assim, o momento não é exatamente de comemoração. Segundo o presidente do Simplás, os custos do setor estão muito altos e, por isso, as empresas precisam produzir muito mais para ter o ganho anterior. Marin afirma que em diversas empresas, as despesas com energia elétrica chegam a superar a mão-de-obra industrial.
- No segmento de plásticos, a energia elétrica corresponde em média entre 4% e 7% dos custos - aponta o presidente do Simplás.
A matéria-prima utilizada pelas indústrias da região vem tanto de petroquímicas nacionais - especialmente a Braskem - quanto de outros países, como México, Estados Unidos e China. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), os sucessivos aumentos de preços das resinas no mercado interno, bem como a paralisação das centrais petroquímicas, têm causado um desequilíbrio setorial. A indústria de plástico reivindica igualdade de preços de resinas plásticas com o mercado internacional e agilidade nas ações para aumentar a competitividade. Em todo o país, são 11,2 mil empresas, que faturam R$ 36,4 bilhões e exportam US$ 1,1 bilhão.
- Trabalhar com outros materiais e ter uma variedade grande de produtos é o que nos mantém. Hoje em dia temos uma linha grande (de produtos). Isso nos dá mais segurança, porque alguns mercados são mais oscilantes - relata o proprietário da Anodilar, de Caxias do Sul, Lourenço Stangherlin.
A empresa fabrica utilidades domésticas principalmente de plástico, mas também utiliza metais. Grande parte da produção é voltada ao mercado interno, mas a indústria também atende países como Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai.
- Nós vendemos uma idéia, funcionalidade - destaca Stangherlin, referindo-se à linha de produtos.
(Pioneiro, 01/09/2008)