O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou sexta-feira que, apesar da queda do índice de desmatamento na Amazônia Legal no mês de julho em relação ao mês de junho, ainda não há motivo para comemorar. - Não estamos contentes. O desmatamento tem de cair mais ainda e as condições de desenvolvimento sustentável têm de melhorar - disse.
O índice foi divulgado hoje de manhã pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No mês de julho a área desmatada foi de 323 quilômetros quadrados, o que representa uma redução de cerca de 60% em relação ao mês de junho, quando 827 quilômetros quadrados foram devastados.
De acordo com o ministro, o principal fator que provocou esta queda foi o aumento da fiscalização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
- Dobrou a intensidade da fiscalização do Ibama, entrou em vigor a resolução do Banco Central que tirou o crédito dos desmatadores ilegais. Esses fatores em conjunto levaram a uma queda dos desmatamento - explicou.
Minc afirmou que, no ano passado, o Ibama tinha 20 equipes para fazer a fiscalização na região. Este ano, o número aumentou para 40. A Amazônia Legal que inclui os estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas, de Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão tem 5.217.423 quilômetros quadrados.
O ministro voltou a negar a possibilidade de o governo apresentar uma proposta que aumente a área cultivada pela cana-de-açúcar no Pantanal matogrossense. - Hoje nós plantamos 7 milhões de hectares de cana-de-açúcar. Nós queremos um etanol verde, que não seja boicotado lá fora porque destrói a Amazônia ou destrói o Pantanal - argumentou.
A preocupação de Minc diz respeito à possível criação de barreiras para a exportação do etanol com o argumento de que o Brasil estaria desmatando áreas de preservação para ampliar a área de plantio de cana.
(Agência Brasil
, Jornal do Brasil Online, 29/08/2008)