Os dados do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na sexta-feira (29/08) revelam que houve uma queda de mais de 60% na destruição da floresta na Amazônia Legal no mês de julho deste ano (em relação a junho). Foram derrubados 323 quilômetros quadrados da região, a maior parte no Pará (235 quilômetros quadrados).
Foi o terceiro mês consecutivo de redução no desmatamento na Amazônia. Se olharmos para o cenário micro, é motivo de comemoração, sem dúvida, apesar do Deter não ser o melhor instrumento para medir desmatamentos, porque é impreciso e trabalha com imagens de baixa definição. É mais um sistema de alerta para o governo agir contra a destruição.
Mas o quadro geral não é dos melhores, muito pelo contrário. Se levarmos em conta que os mesmos dados do Deter, no período entre agosto de 2006 e julho de 2007, são quase a metade do verificado entre agosto de 2007 e julho de 2008 - respectivamente 4.820 e 8.147 quilômetros quadrados.
"O Brasil deve adotar uma política consistente para derrotar o desmatamento assim foi feito no caso da inflação. Para reduzir drasticamente a inflação, o país adotou metas anuais e não hesita em tomar medidas duras quando ela ameaça sair do controle. Com isso, o país pode se desenvolver de forma sustentável e segura", afirma Paulo Adario, diretor da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.
"O mesmo precisa ser feito com o desmatamento: fixar metas anuais para zerar a destruição da Amazônia até 2015. E permitir que a economica cresça sem que isso signifique mais desmatamento."
(Greenpeace, 29/08/2008)