“Agora podemos dizer que o Ceará conta com um documento que retrata a realidade dos recursos hídricos”, afirmou Eudoro Santana, secretário-executivo do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembléia Legislativa, ao fim das atividades de discussão do documento "Cenário Atual dos Recursos Hídricos do Ceará", na sexta-feira (29/08), no auditório do Banco do Nordeste do Brasil no Passaré. O documento final será lançado em outubro, com a presença do governador Cid Gomes.
Cerca de 200 representantes de diversas instituições discutiram o documento em grupos e em plenária, a fim de referendar as informações que são resultado das contribuições de 96 entidades envolvidas no Pacto das Águas. Ele servirá de base para a elaboração de políticas públicas voltadas para o setor. O documento está dividido em quatro grupos: Água para beber, Água e desenvolvimento, Convivência com o semi-árido e Sistema de gerenciamento dos recursos hídricos.
Para o representante do Núcleo Movimentos Sociais, Emanuel Furtado, essa proposta pode aliar-se à concepção de semi-árido que os movimentos têm buscado difundir. A idéia é de que o sertão é um lugar adequado para se morar, mas que carece de políticas que possam garantir a permanência do homem no campo. “Nós queremos água, terra, trabalho, assistência técnica, e não fomentar a falsa ilusão de que a cidade é o melhor lugar de se viver”, disse. Já Joao Lúcio, representante da Companhia de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (Cogerh) considera importante o resultado dos debates do Pacto das Águas. “Faz 21 anos que temos o mesmo Sistema de Gerenciamento, que precisa ser revisto de acordo com a realidade atual”, afirmou ele.
(Ascom AL-CE, 29/08/2008)