Houve queda no desmatamento na Amazônia Legal em julho, de acordo com o sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados indicam que, na região, 323 km² sofreram corte raso ou degradação progressiva em julho, quando os satélites puderam observar 81% da região.
De acordo com o Inpe, trata-se do menor número desde março, quando o sistema detectou 145 km² – mas, na ocasião, a maior parte da Amazônia estava coberta por nuvens e os satélites observaram apenas 22% da região.
O Deter apontou desmatamento de 1.124 km² em abril, 1.096 km² em maio e 870 km² em junho. Os números indicavam a tendência de queda. Dos 323 km² verificados em julho, 235,6 km² estão no Pará e 32,7 km² no Mato Grosso.
O Inpe produziu um relatório com a qualificação dos dados a partir de imagens dos satélites Landsat e Cbers, que apresentam melhor resolução espacial. O relatório de avaliação indica que 97,3% das áreas apontadas pelo Deter foram confirmadas como desmatamento efetivo.
Foram avaliados 212 alertas de desmatamento, correspondentes a 75% da área total dos polígonos indicados pelo Deter em julho. Os alertas indicaram principalmente desmatamentos por corte raso (79,5%) e por degradação florestal de intensidade alta (14,4%).
Cerca de 4% dos alertas revelaram desmatamentos de intensidade moderada e leve e apenas 2,7% não apresentaram indícios de desmatamento nas imagens de referência. Esses resultados, segundo o Inpe, comprovam que o sistema Deter foi preciso na detecção de polígonos em todas as faixas de tamanho, sendo que nas áreas maiores que 2 km² (200 ha) o índice de confirmação foi de 100%.
Em operação desde 2004, o Deter é um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. São mapeadas tanto áreas de corte raso quanto áreas em processo de desmatamento por degradação florestal.
Mais informações, clique aqui.
(Agência Fapesp, 01/09/2008)