Fenômeno voltou a ganhar força e avança em direção aos Estados Unidos
Com a aproximação do Gustav – que voltou à categoria de furacão na tarde de ontem – e a possibilidade de uma revacuação compulsória, os moradores de New Orleans, nos EUA, tiveram pouco tempo para homenagear ontem as vítimas do Katrina. No terceiro aniversário da tragédia que arrasou a cidade, a população se via às voltas com uma nova ameaça de destruição – tão real que o presidente americano, George W. Bush, decretou ontem estado de emergência no Estado da Louisiana.
Durante o dia de ontem, muitas pessoas deixaram suas casas voluntariamente, mas autoridades locais já planejam uma evacuação obrigatória se o Gustav permanecer no mesmo caminho – o prefeito de New Orleans, Ray Nagin, afirmou que ordenaria uma retirada dos moradores caso o furacão atinja a categoria 2 ou 3 dentro de 72 horas.
– Esperamos por dias melhores, ainda que estejamos nos preparando para uma ameaça – completou.
Chance de furacão chegar à cidade é superior a 50%
Por volta das 16h, meteorologistas voltaram a qualificar Gustav como furacão de categoria 1 – a previsão era a de que ele passaria nas Ilhas Cayman ainda ontem, de onde seguiria para Cuba, no sábado, antes de ir em direção ao Golfo do México. Nas águas dessa região, segundos os especialistas, ele tem grandes chances de ganhar ainda mais força durante o final de semana, podendo atingir a costa dos EUA na segunda ou terça-feira. O Centro Nacional de Furacões, em Miami, alertou ontem que “ o fortalecimento é iminente e pode ser rápido.”
As chances do Gustav atingir New Orleans são superiores a 50%. Quem viu de perto a destruição do Katrina, fica apreensivo com as notícias. Steve Weaver, 82 anos, e a mulher, tiveram de ser resgatados pelo telhado da casa depois da passagem do furacão de categoria 5 em 2005 – fenômeno que arrasou os Estados americanos do litoral do Golfo do México e deixou a cidade inundada por causa do rompimento dos diques. Desta vez, o casal não vai esperar:
– Todos aprenderam uma lição por terem ficado (em 2005), por isso, as estradas ficarão duas vezes mais movimentadas desta vez.
Durante sua passagem pelo Haiti e pela Republica Dominicana, o Gustav causou 67 mortes. Na Jamaica, onde chegou como tempestade tropical, quatro pessoas também morreram.
(Zero Hora, 30/08/2008)