Prevista para começar em 1.º de setembro, construção da usina aguardará visita do TCU e liberação do Ibama
O governo não deverá iniciar a construção da usina nuclear Angra 3 em 1.º de setembro, como chegou a ser anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. O próprio ministro admitiu ontem que o prazo não deve ser cumprido. Ele não deu uma nova data, mas disse que a Eletronuclear, estatal encarregada de construir e operar a usina, vai aguardar a visita de ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) às instalações em Angra antes de iniciar os trabalhos.
O início das obras de Angra 3 depende ainda da liberação, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), da licença de instalação da usina. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse ontem que o documento não foi emitido porque a Eletronuclear ainda não entregou a documentação necessária. "Essa bola está com eles. Eles ainda não apresentaram o que foi solicitado", disse Minc.
O Ibama liberou a licença prévia de Angra 3 no mês passado, mas fez 60 exigências à Eletronuclear. A condicionante mais polêmica - que tem de ser sanada antes de a usina entrar em funcionamento - é a que determina à empresa encontrar uma solução definitiva para o lixo nuclear de Angra 3.
JIRAU
Minc disse também que, "em breve", a área ambiental do governo concluirá a análise dos impactos ao meio ambiente e da proposta do consórcio Energia Sustentável do Brasil de alterar em nove quilômetros o local de construção da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO). O consórcio, liderado pela Suez, venceu o leilão de Jirau em maio e, após a vitória, anunciou a mudança no projeto. A proposta vem sendo questionada pelo consórcio derrotado na disputa, liderado por Furnas e Odebrecht.
(Por Leonardo Goy, O Estado de S. Paulo, 29/08/2008)