Estatal do etanol quer exportar 4,75 bilhões de litros até 2012
A Petrobrás planeja iniciar a produção de etanol a partir de 2009, revelou o diretor da área industrial da Petrobrás Biocombustível, Ricardo Castello Branco. "O nosso primeiro projeto produzirá 200 milhões de litros de etanol por ano", disse o executivo, ontem, no 1º Seminário Internacional de Petróleo, Gás Natural e Fontes de Energia Alternativas, realizado na capital pernambucana.
De acordo com o executivo, o primeiro projeto da companhia está localizado no município de Itarumã, em Goiás, e demandará investimentos totais de US$ 227 milhões. A estatal, porém, não está sozinha nessa iniciativa. Castello Branco revelou que a Petrobrás e japonesa Mitsui terão, juntas, 40% do empreendimento, enquanto os outros 60% serão da empresa Energética do Serrado Açúcar e Álcool, empresa nacional com experiência no segmento de açúcar e álcool.
Segundo Castello Branco, o etanol produzido pela usina terá como destino o mercado japonês. O executivo afirmou que já existem negociações avançadas para a exportação do produto, que poderá ser usado na geração de energia em térmicas japonesas ou como combustível, desde que o governo do Japão autorize a mistura na gasolina. "Com a compra da refinaria de Okinawa, podemos distribuir o etanol no Japão", disse.
A usina em Itarumã é o projeto de uma série de 20 unidades que entrarão em operação comercial até 2012. O investimento em etanol da companhia se insere no conceito de Complexos de Bioenergia, ou seja, além do combustível derivado da cana, os empreendimentos produzirão biodiesel, energia elétrica e vão resultar em créditos de carbono.
"Consideramos que esses 20 projetos são suficientes para alcançar a meta de exportação de 4,75 bilhões de litros de etanol até 2012", disse diretor da Petrobrás Biocombustível.
Nos planos da Petrobrás, cada Complexo de Bioenergia produzirá por ano 160 milhões litros de etanol, 55 megawatts de eletricidade e 6,4 milhões de biodiesel e vai gerar 46 mil toneladas de gás carbônico (CO2) em créditos de carbono, números que poderão variar conforme o projeto. O investimento estimado para cada unidade é de US$ 200 milhões, com faturamento projetado de US$ 66 milhões para cada uma. O etanol produzido terá como destino o mercado externo.
Para esses empreendimentos, a companhia deve replicar o modelo adotado para o projeto em Itarumã. "Existe a expectativa de que os mesmos sócios estejam em mais de um Complexo de Bioenergia", explicou Castello Branco. Segundo ele, uma das dificuldades da Petrobrás para desenvolver a iniciativa foi a estruturação societária do projeto. "Agora que fechamos uma, as próximas unidades serão mais rápidas", afirmou.
(Por Wellington Bahnemann, O Estado de S. Paulo, 29/08/2008)