Os limites máximos autorizados pela União Europeia em relação à presença de pesticidas nos alimentos vão aumentar “drasticamente” com as novas regras que entram em vigor na segunda-feira, alertaram hoje várias organizações ecologistas. Os novos limites não garantem a segurança dos consumidores, denunciam.
A 11 de Agosto, a organização não governamental holandesa Natuur en Milieu e a rede PAN Europe (Pesticide Action Network) apresentaram uma queixa junto do Tribunal Europeu de Justiça contra esta nova legislação (Regulamento 149/2008) , que visa harmonizar os níveis de segurança alimentar na União Europeia.
“A Comissão não cumpriu a sua obrigação de fixar limites legais o mais baixos possível”, disse Hans Muilerman, porta-voz para a Natuur en Milieu. Além disso, Bruxelas “deixou de avaliar os efeitos cumulativos dos pesticidas na saúde humana. É preciso uma acção judicial para obrigar a Comissão a pensar mais uma vez”, acrescentou.
Um estudo da Greenpeace e da Global 2000, organização ambiental austríaca, publicado hoje conclui que a nova legislação tem centenas de limites que não são seguros para as pessoas.
“O consumo de maçãs, peras, uvas, tomates e pimentos (...) poderá colocar riscos para a saúde das crianças”, segundo um comunicado das organizações.
“A Comissão espera que suportemos mais e mais pesticidas na nossa comida. As crianças devem poder comer em segurança toda a fruta e os vegetais que quiserem. A União Europeia deve rever estes limites imediatamente”, exigiu Ulrike Kallee, especialista em químicos da Greenpeace.
Os alimentos vendidos na Europa contêm 349 pesticidas diferentes. Aproximadamente metade de todos os bens alimentícios estão contaminados e cinco por cento das frutas, cereais e vegetais contêm cinco ou mais pesticidas, segundo a PAN Europe.
(Ecosfera, 29/08/2008)