Previsão de investimentos divulgada nesta quinta não inclui a descoberta.Presidente da Petrobras está na reunião do CDES no Palácio do Planalto.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, confirmou nesta quinta-feira (28) que a previsão de investimentos da empresa estatal é de US$ 112 bilhões até o ano de 2012.
Entretanto, nessa previsão não constam os valores necessários para explorar e produzir o petróleo da camada pré-sal (localizado em águas profundas), que não foram informados. Ou seja, os investimentos da Petrobras devem ser ainda maiores do que esta previsão até 2012 por causa da descoberta.
"Os volumes encontrados [na camada pré-sal] provavelmente serão muito grandes. Só em Tupi [campo da camada pré-sal], temos de cinco a oito bilhões de barris. Para tirar esse petróleo, precisamos de muitos investimentos. Os números [de investimentos] são muito grandes e com o pré-sal serão muito maiores", disse Gabrielli, durante discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que conta com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dos US$ 112 bilhões em investimentos já previstos até o ano de 2012 (sem contar os invetimentos necessários para a camada pré-sal), Gabrielli informou que 58% deste montante, ou US$ 65 bilhões, referem-se à exploração (US$ 13,8 bilhões) e à produção de petróleo (US$ 51 bilhões). Em gás e energia, estão previstos outros US$ 6,6 bilhões em investimentos, além de US$ 2,5 bilhões em distribuição.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que a Petrobras já tem capacidade financeira de dar início aos investimentos da camada pré-sal. Entretanto, segundo ele, a empresa precisará de mais recursos para dar continuidade à exploração e produção do petróleo descoberto em águas profundas. Questionado sobre o valor que seria necessário para explorar e produzir o petróleo da camada pré-sal, Coutinho foi evasivo. Disse que ainda não sabe qual o valor que seria necessário. "Nós temos idéia, mas estas discussões ainda estão sendo afinadas na comissão e eu não posso adiantar", disse ele aos jornalistas.
(Por Alexandro Martello,
G1, 28/08/2008)