Famílias de agricultores de Ribeirão Cacilda ganham fossas e filtros para evitar a poluição da água da regiãoO local escolhido para orientar os agricultores da localidade de Ribeirão Cacilda, interior de Jaraguá do Sul, foi o local onde Ildo Nienow costuma assar o churrasco nos finais de semanas. A platéia ficou atenta às explicações da facilitadora da Epagri, Valdirene Sommer. Das 8h30 às 11h30 de ontem, eles receberam informações sobre as fossas e filtros entregues pelo Programa Microbacias 2, do governo estadual.
O material simples, mas importante para a preservação do meio ambiente e a saúde, vai tratar o esgoto doméstico que hoje segue sem tratamento para os córregos e rios. As peças foram doadas pela Malwee e fazem parte de um lote de 50, que será distribuído ainda este ano. Já foram entregues 36.
A casa de Ildo Nienow tem uma fossa, mas ele quer ampliar o sistema por causa do crescimento da família. "Agora vêm os netos. Tenho de deixar o lugar preparado", comentou Nienow antes de pedir dicas dos locais mais apropriados para instalar o material.
No encontro, os produtores aprenderam como funciona o sistema. Pelo computador foram apresentadas ações realizadas na região pelo Microbacias 2. Ele atende a 600 famílias em sete comunidades de Jaraguá do Sul.
Os agricultores beneficiados se enquadram num perfil avaliado pelo programa. A prioridade é o atendimento a famílias de produtores que vivem em regiões altas e que ficam perto de rios. Os donos das terras também recebem cimento e o encanamento. A instalação fica por conta das famílias.
A facilitadora Valdirene Sommer calcula que cada agricultor economizará R$ 600. Esse valor seria gasto com a compra do conjunto de fossa e filtro. "Ele só gasta com a hora máquina para fazer os buracos e a mão-de-obra. Isso deve dar uma despesa de, no máximo, R$ 200", afirma.
"As famílias estão interessadas. Por isso, focalizamos muito a conscientização", observa Valdirene. Segundo a Epagri, o Microbacias 2 instalou 212 fossas e fez 20 melhorias em casas de agricultores desde 2005 até o ano passado.
Santa Catarina é um dos Estados que têm um dos piores índices de coleta de esgoto no País. Até o ano passado, 12,97% dos catarinenses eram atendidos pelo serviço básico.
(A Notícia, 29/08/2008)