Pelo menos três casos já foram registrados
Cláudio Wetzel e Maria Emilia Ribeiro, moradores do Bairro Verena, ainda lamentam a perda de suas companheiras: Pretinha e Chiquita, duas cachorrinhas mortas por envenenamento. O caso ocorreu na semana passada e agora deixa os vizinhos preocupados, já que um terceiro cachorro teria sido morto na mesma época.
Maria Emilia conta que no último dia 15 foram jogados pedaços de carne para dentro do pátio da família, cobertos por uma substância azulada, que também foi encontrada no muro e na calçada da residência, na Rua Coronel Oscar Jost. As duas cachorras acabaram comendo alguns pedaços. “Tiramos a carne da boca delas, mas não foi o suficiente.”
Chiquita, da raça border collie, tinha três meses. Foi a primeira a morrer, na terça-feira, dia 19. Três dias depois, Pretinha, uma fox paulistinha de um ano, passou o dia gritando. Foi atendida, mas não agüentou: teve hemorragia interna. Na autópsia o veterinário confirmou a ingestão de veneno.
“Fizemos o que estava a nosso alcance para tentar salvá-las. Jogaram o veneno com o objetivo de matar as nossas cachorrinhas. Ninguém tem o direito de fazer uma brutalidade dessas”, diz a dona. Maria não tem suspeitas sobre quem possa ter sido o responsável. “As duas dormiam dentro de casa e não faziam nenhum tipo de barulho ou algo que incomodasse alguém.”
O coordenador da Vigilância Sanitária em Santa Cruz, Paulo Rutkowski, diz que o envenenamento de animais é caso de polícia. “A simples tentativa de matar um animal é crime ambiental”, afirma. O delito está previsto no artigo 32 da lei 9.605: praticar maus-tratos e ferir animais pode render ao autor de três meses a um ano de prisão, mais multa.
“Assim como o bichinho pega a carne com veneno, uma criança também pode”, lembra Rutkowski. Quando há suspeita de envenenamento, um veterinário deve ser procurado para realizar a necropsia e constatar a presença ou não de substância nociva.
(Gazeta do Sul, 29/08/2008)