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extinção de espécies aves
2008-08-28

A nova avaliação da Lista Vermelha das Aves 2008, da União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for Conservation of Nature - IUCN) revela que as mudanças climáticas têm se convertido num catalisador que acelera os fatores que colocam em risco de extinção a uma entre cada oito aves no mundo. Longas estiagens e inesperados climas extremos aumentam a pressão sobre os hábitats, cada vez mais reduzidos, dos quais dependem muitas aves. Estes dois fatores, em conjunção com uma extensiva e contínua perda dos ecossistemas, incrementaram o índice de extinção nos continentes e, especialmente nas ilhas onde tem acontecido a maioria das extinções históricas. O Brasil aparece no primeiro lugar entre os países com maior número de aves ameaçadas; ao todo somam 141 espécies.

A Lista Vermelha das Aves de 2008 destaca que entre as 1.226 espécies de aves ameaçadas, 8 delas passaram para a categoria de “Em Perigo Crítico”, a mais alta de todo o conjunto.

Das 26 espécies de aves que mudaram de categoria devido às mudanças no tamanho da população, índice de redução ou tamanho na sua distribuição, 24 delas passaram para a categoria que sinaliza una ameaça maior. “Esta última atualização da Lista Vermelha revela que as aves no mundo todo se encontram sob uma enorme pressão.

A Lista Vermelha da IUCN é a referência mundial quando se fala de perda de espécies, razão pela qual solicitamos aos governos dar importância à informação apresentada e realizar um maior esforço no sentido de proteger estas espécies”, disse Jane Smart, Chefa do Programa de Espécies da IUCN.

Na Austrália, a ema de Malee (Stipiturus mallee) se encontra num processo muito rápido de declinação na sua população e seu hábitat atualmente se encontra tão fragmentado que um pequeno incêndio poderá ser catastrófico. Anos de seca, especialmente nos estratos de distribuição Sul e Oeste da espécie, afetaram o estado da vegetação onde ela habita, sendo que no Sul da Austrália está quase extinta; o último censo registrou somente 100 aves confinadas dentro de 100 km2.

Nas Ilhas Galápagos, o sinsonte de Floreana (Nesomimus trifasciatus) se encontra confinado a duas ilhotas nas proximidades da Ilha Floreana. A sua população diminuiu até um número máximo estimado de 150 indivíduos, em 1966, para menos de 60, se encontrando atualmente em risco devido a eventos climáticos extremos. Como resultado, ele passou para a categoria “Em Perigo Crítico”.

Em Papua Nova Guiné o desmatamento provocado pela crescente demanda de óleo de palmeira resultou na inclusão de espécies como o açor de Nova Bretanha (Accipiter princes) numa categoria de ameaça maior. Apesar disso, existem algumas boas notícias. Duas espécies, cuja situação melhorou, são o pombo (dúcula) das Marquesas (Ducula galeata) e o kiwi menor pintado (Apteryx owenii) que foram beneficiárias pelos projetos de conservação. Os resultados dos planos de manejo que estão em funcionamento para ambas as espécies se evidenciam positivas ao terem sido incluídas nas categorias de menor ameaça. “Isto demonstra não somente que as ações de conservação servem, mas que se revelam como vitais para prevenir a extinção destas e de outras espécies” disse Stuart Butchart, Coordenador Global de Pesquisas e Indicadores de BirdLife. “As espécies se encontram duplamente agredidas, tanto pela perda de seus hábitats como pelas mudanças climáticas. Na medida em que as populações vão se fragmentando, os efeitos das mudanças do clima podem, inclusive, aumentar, incrementado o risco de extinções locais”.

A mudança climática terá, possivelmente, um lugar mais decisivo nas futuras atualizações da Lista Vermelha das Aves da IUCN. O maçarico bico-de-colher (Eurynorhynchus pygmeus) subiu da categoria “Em Perigo” para “Em Perigo Crítico”, devido à aceleração da diminuição de sua população pela perda parcial de seu hábitat por causa da degradação das baixadas de maré das que depende na sua rota migratória no inverno.

Já ficou constatado que a mudança climática terá, cada vez mais, um crescente impacto negativo sobre esta e outras espécies que dependem da tundra para sua reprodução. Os modelos projetados indicam que 57% do hábitat onde se reproduz maçarico bico-de-colher estará completamente destruído até o ano 2070.

Para combater a crescente ameaça de extinção de varias espécies, a BirdLife lançou o “Programa Preventivo de Extinções”, o maior projeto de conservação das aves e o de maior distribuição mundial da história da proteção das aves. O Programa se concentra nas 190 aves categorizadas como “Em Perigo Critico” da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza de 2008 e será implementado através de milhares de voluntários, ornitólogos profissionais e amadores, das inúmeras associações de observadores de pássaros espalhadas em todo o mundo. A Bird­Life está contatando instituições e empresas consideradas “Campeões da Conservação” que fornecerão os fundos para financiar o trabalho dos “Guardiões das Espécies” designados para cada ave.

Até agora 148 espécies mudaram de categoria na Lista Vermelha. Muitas delas são por causa de aprimoramento no grau de conhecimento das populações ou das ameaças inerentes a estas espécies. Das 26 espécies que mudaram de categoria devido ao tamanho da população, taxa de declínio ou tamanho no seu status de distribuição, 24 subiram para uma categoria de maior ameaça.

Em total, oito novas espécies subiram para a categoria “Em Perigo Crítico” na Lista Vermelha de 2008: o albatroz de Tristão (Diomedea dabbenena), o maçarico bico-de-colher (Eurynorhynchus pygmeus), o formigueiro tororoi tachirense (Grallaria chthonia), o pica-pau de Reunião (Coracina newtoni), o corvo das Marianas (Corvus kubaryi), o sinsonte de Floreana (Nesomimus trifasciatus), o akeki (Loxops caeruleirostris), e o sementeiro de Gough (Rowettia goughensis). Em total quatro espécies foram rebaixadas da categoria “Em Perigo Crítico” para “Em Perigo”: a perdiz santandereana (Odontophorus strophium), o pombo das Marquesas (Ducula galeata), o beija-flor de asas brancas (Aglaeactis aliciae), a pita de Guerney (Pitta gurneyi); duas espécies foram rebaixadas pata a categoria “Vulnerável”: o batará de Rondônia (Clytoctantes atrogularis) e o tordo de Somália (Turdus ludoviciae).

A IUCN é uma ONG que ajuda, no mundo todo, a encontrar soluções pragmáticas para os desafios ambientais e de desenvolvimento basea­das na pesquisa científica; manejo de projetos de campo, unindo governos, ONGs, ONU, convenções internacionais e o setor privado para a implementação de melhores práticas, leis e políticas de desenvolvimento sustentável. BirdLife International é uma aliança global de organizações de conservação que trabalha em mais de 100 países. É a maior instituição do mundo especializada no estudo do estado das aves, seus hábitats e nos problemas que as afeta.

Os 10 de Países com espécies ameaçadas e o número de espécies ameaçadas
Brasil: 141
Indonésia: 133
Peru: 106
China: 102
Filipinas: 92
Colômbia: 90
Índia: 88
Equador: 74
EUA: 73
Nova Zelândia: 72

As categorias da Lista Vermelha incluem:
Em Perigo Crítico: espécies em estado silvestre que se encontram num risco extremo de extinção.

Em Perigo: espécies em estado silvestre que se encontram num risco alto de extinção.

Vulnerável: espécies em estado silvestre que se encontram num risco médio de extinção.

Quase Ameaçada: espécies que se encontram perto da qualificação de vulnerável.

Preocupação menor: espécies que não se qualificam nas outras categorias; inclui espécies abundantes e amplamente distribuídas.

As espécies são indicadas para cada categoria utilizando um conjunto de critérios quantitativos entre eles o tamanho da população, a tendência da população, o tamanho da área de distribuição e outros parâmetros.

Todas as avaliações estarão disponíveis em www.birdlife.org e na base de dados da Lista Vermelha da IUCN a partir de Outubro de 2008.

(Por Verónica Moreno Riofrío*, Eco21, 27/08/2008)
*Jornalista da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN)


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