A prefeitura de Curitiba fechou parceria com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) para a realização de trabalho para tornar o município neutro em emissão de carbono. Com a união de esforços, terá início nos próximos dias um programa de visita a mil endereços da capital paranaense com bosques, nascentes e córregos, para que os donos dessas áreas recebam orientações sobre conservação.
O coordenador-técnico de fauna e flora da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Alfredo Trindade, explicou que a parceria terá três linhas de ação. Além das visitas, durante seis meses será feita avaliação do potencial de seqüestro de carbono das florestas da cidade. Outro trabalho vai intensificar a verificação de existência de espécies exóticas invasoras.
A idéia da parceria surgiu da SPVS, que terá incentivo da Lei Rouanet para fazer o trabalho de campo e depois escrever o livro " Jardins " , com exemplos de pessoas que cuidam de suas casas. " Estamos na fase de planejamento " , diz a bióloga Elenise Sipinski, coordenadora do projeto. Em um ano, a prefeitura vai investir R$ 280 mil no programa, batizado de Biocidade/Conbio, e a parte da SPVS somará R$ 130 mil. Biocidade é o nome do programa criado pela prefeitura em 2006. A SPVS lançou em 2000 o Condomínio da Biodiversidade (Conbio).
Trindade acrescentou que, para diminuir o impacto do município no processo de aquecimento global, será montado um inventário das emissões de CO2 por fontes fixas (fábricas) e móveis (veículos), que exigirá mais R$ 150 mil. Em setembro será feita licitação para contratação de empresa ou instituição de ensino que vai fazer o mapeamento desses emissores. Quando tiver as informações em mãos, os técnicos da prefeitura poderão criar um plano de controle e redução de emissão de carbono e de adaptação às mudanças climáticas. De acordo com Trindade, se houver mais CO2 que a capacidade de retirada, terá de ser feito trabalho de redução de emissão. Se houver sobra, o município poderá negociar créditos de carbono.
(Marli Lima,
Valor Econômico, 27/08/2008)