O destino das 20 toneladas de lodo de esgoto geradas por dia na estação de tratamento da Corsan, de Santa Maria, foi discutido na Promotoria de Defesa Comunitária
A Corsan apresentou possíveis soluções para o destino do lodo, que fica em um depósito de nove mil metros cúbicos, baseadas no que é realizado em Franca (SP), que é a única cidade brasileira que controla o material. Ficou decidido que a estatal vai apresentar ao Ministério Público um projeto para uma Unidade de Gerenciamento do Lodo. Também se responsabilizou em apresentar, a cada três meses, um relatório contendo a quantidade e a destinação dada ao material.
A responsabilidade sobre a utilização adequada do produto é legalmente da Corsan, ainda que sejam feitos convênios como o que foi proposto com a Embrapa e a Fepagro, que ficariam responsáveis pelo acompanhamento após a distribuição.
Foi discutido a necessidade de controlar a distribuição, identificando os produtores que receberam o fertilizante, para depois facilitar a fiscalização. O lodo de esgoto é utilizado para a agricultura, mas não pode ser empregado em plantas que tenham contato com o solo. O projeto planeja também orientar os agricultores para o uso correto do lodo como fertilizante, já que a má utilização pode ajudar a propagar doenças e também exalar mau cheiro. Dois Inquéritos Civis da Promotoria de Defesa Comunitária investigaram a utilização do produto em uma residência e também no depósito da própria Corsan. Participaram das discussões o promotor de Justiça João Marcos Adede y Castro e representantes da Corsan, Fepam, Ibama e da Secretaria Municipal de Proteção Ambiental.
(Por Francine Herpich, Agência de Notícias MP-RS, 27/08/2008)