Dentro de 15 dias o Governo Federal vai anunciar a solução definitiva para a usina termelétrica a gás de Uruguaiana. O complexo está com as atividades paralisadas desde maio porque o governo da Argentina interrompeu o fornecimento de gás, embora o contrato esteja em plena vigência. A revelação foi feita pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, em Brasília, ao deputado Frederico Antunes (PP) e outras lideranças gaúchas.
Frederico Antunes revelou que a solução passa por três possibilidades. A primeira é o fornecimento através de um navio argentino que ficaria ancorado na costa daquele país e que faria a liquefação do gás. Depois o produto seria transportado por gasoduto até a usina de Uruguaiana.
A segunda opção é o desmonte do complexo e a instalação da usina entre a Refinaria Alberto Pasqualini e o Pólo Petroquímico de Triunfo, onde junto à Usina Sepé Tiarajú criaria um complexo de gás. "Isto viabilizaria a implantação do terceiro ponto de GNL do país, localizado em Tramandaí", explicou Frederico Antunes.
A alternativa menos atraente é a desativação da usina e a transferência do complexo energético para a base de gás natural de Urucu (da Petrobrás), localizada na cidade de Coari, perto de Manaus, onde existe abundância de oferta de matéria-prima. "Esta é a pior opção para Uruguaiana. Se isso acontecer, vamos assegurar uma compensação pelas perdas de arrecadação de impostos, a exemplo do que já ocorreu em outras cidades", afirma Frederico Antunes. Para isto, deverá manter audiência para que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, interceda para evitar que Uruguaiana tenha prejuízos.
Ministro garante que governo federal tentará manter usina no Rio Grande
O ministro Edison Lobão garantiu que o Governo Federal fará todos os esforços para evitar a transferência da Usina AES Uruguaiana, da Fronteira Oeste para Manaus. "Tentaremos de todas as maneiras manter o investimento no Rio Grande do Sul", reforçou.
Durante a audiência, o ministro Edison Lobão confirmou também a realização, ainda este ano, de um leilão no Rio Grande do Sul para aquisição de energia eólica. A oferta pública deverá ocorrer em janeiro ou fevereiro e se confirmada viabilizará a instalação de pelo menos mais três parques eólicos no estado, projetados para os municípios de Jaguarão, Sant Anna do Livramento e Piratini, num investimento superior a US$ 500 milhões.
A audiência no Ministério das Minas e Energia contou ainda com as presenças do senador Sérgio Zambiasi (PTB), do deputado federal Eliseu Padilha (PMDB), do presidente da Sulgás Artur Lorentz, do presidente da CEEE José Braga e do diretor da Secretaria de Infra-Estrutura e Logística do Governo do Estado, Edmundo Silva.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 27/08/2008)