O descontrole em relação ao consumo de água pode estar com os dias contados na Capital, mas a novidade virou motivo de controvérsias mesmo antes de sair do papel. Sancionada no início do mês, uma lei determina a instalação de medidores individuais em novas edificações, assim como o reaproveitamento da água usada no chuveiro e na pia da cozinha para os vasos sanitários. Só que a medida recebe críticas porque sua aplicação é considerada inviável em alguns pontos.
A polêmica promete perdurar até a regulamentação, que deverá ocorrer até fevereiro de 2009, quando começam a valer as mudanças – que atingirão a rotina dos moradores da Capital, principalmente na hora do banho ou de dar a descarga no banheiro. Defensores da iniciativa, proposta na Câmara pelo vereador Beto Moesch, ressaltam que as mudanças deverão significar a garantia de água no futuro. Eles também estimam que as medidas poderão reduzir em até 60% o valor das contas, principalmente em razão da obrigatoriedade de hidrômetros individuais nas novas construções.
Embora gerem mais custos, os equipamentos particulares não chegam a ser o ponto mais polêmico da lei. O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS) e o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) vêem com desconfiança a reciclagem da água usada no banho. Para que isso funcione, especialistas afirmam que seria necessário criar uma espécie de estação de tratamento dentro de cada prédio – considerado oneroso por muitos.
– O nosso desafio é tornar a lei viável. O reaproveitamento seria o último estágio – ressalva o diretor-presidente do Dmae, Flávio Presser.
(Zero Hora, 28/08/2008)