Avanços na previsão do tempo e poluição nas megacidades são alguns dos temas do encontro apoiado pela CETESB Para discutir as novas descobertas no campo da meteorologia, em temas relacionados com a previsão do tempo, mudanças climáticas, sistemas de observação, aplicações na hidrologia, agricultura e transporte, além de questões diretamente ligadas à poluição nas megacidades e políticas públicas na área ambiental, a Sociedade Brasileira de Meteorologia – SBMET, com o apoio da Companhia de Tecnologia de saneamento Ambiental - CETESB, está realizando até o próximo dia 30, no Frei Caneca Convention Center, na capital, mais um Congresso Brasileiro do setor, o XV CBMET, evento bienal que vem sendo sistematicamente organizado desde 1980.
Para Pedro Leite da Silva Dias, diretor científico da SBMET e um dos organizadores do encontro, a comunidade científica procura interagir com o governo, iniciativa privada e com a sociedade civil na busca de melhor entendimento dos processos atmosféricos e de como as inovações da meteorologia podem trazer benefícios para a população e para o real dimensionamento das questões relacionadas às alterações do clima no planeta.
De acordo com Antônio Divino Moura, do Instituto Nacional de Meteorologia -INMET, que no segundo dia do encontro, realizado na segunda-feira dia 25, falou sobre o sistema de monitoramento da atmosfera feito no país, nos últimos 10 anos, houve expressivos avanços na previsão do tempo, embora ainda há necessidade de se ampliar ainda mais a rede de monitoramento para a região norte e centro oeste do Brasil e nos países vizinhos, como Paraguai e Bolívia e no extremo sul do continente, porta de entrada das frentes frias que interferem diretamente nas condições do clima no país.
O presidente da CETESB, Fernando Rei, foi um dos três conferencistas deste segundo dia, 25.08, e apresentou as ações do governo de São Paulo para enfrentar a questão das mudanças climáticas, atividades que pioneiramente começaram há doze anos na agência ambiental paulista com a implantação de dois importantes programas, o Programa Estadual de Mudanças Climáticas - PROCLIMA e o Programa Estadual de Proteção à Camada de Ozônio - PROZONESP, ação que resultou na criação da Divisão de Questões Globais da CETESB, setor que nasceu para dar suporte às ações de implementação dos compromissos oriundos dos acordos internacionais como o Protocolo de Montreal e a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.
Fernando Rei informou que em 2007 a CETESB assinou com o Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT e com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, uma Carta Acordo para a atualização do Inventário Nacional das emissões de gases de efeito estufa e, mais recentemente, a agência realizou um encontro, em sua sede na capital, reunindo representantes de empresas privadas, prefeituras, órgãos de governo e instituições de pesquisa, para conhecer as ferramentas necessárias para elaboração dos inventários estaduais.
Em abril de 2008, a agência paulista divulgou a lista das 100 maiores indústrias emissoras de gás de efeito estufa no Estado, que respondem pela emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) por ano, trabalho que teve o objetivo de incentivar à adoção de metas de redução, embora é preciso levar em consideração que 43% do CO2 emitido pela indústria é proveniente de combustível renovável. À tarde, Fernando Rei coordenou a mesa-redonda “Mudanças Climáticas e cidades”, tendo como debatedores Carlos Fioravante, da Revista de Pesquisa da Fapesp; Delcio Rodrigues, da Vitae Cívilis; Laura Valente, do ICLEI (rede de Governos Locais para o Desenvolvimento) e Teresinha Xavier, da Universidade Federal do Ceará - UFC.
(Por Renato Alonso,
Ascom Cetesb, 26/08/2008)