A governadora Yeda Crusius aplaudiu entusiasmada o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Gramado, durante sua participação no 18º Congresso Brasileiro de Contabilidade, quando o pólo naval de Rio Grande foi citado.
A governadora Yeda Crusius aplaudiu entusiasmada o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Gramado, durante sua participação no 18º Congresso Brasileiro de Contabilidade, quando o pólo naval de Rio Grande foi citado. Lula disse que "todos vão ficar felizes quando a P-53 for para o mar, mas tristes pelo espaço que ela irá deixar em Rio Grande. Precisamos de um novo projeto para entrar no lugar da P-53 a fim de garantirmos que as pessoas que trabalharam todo esse tempo na plataforma não percam seus empregos". Rio Grande é candidata à construção da P-55 e a declaração do presidente foi interpretada como a pista de que a cidade conquistará o projeto.
Lula disse também em Gramado que as novas reservas da camada pré-sal representam para o País um novo momento de independência. Em um discurso inflamado no Congresso Brasileiro de Contabilidade, o presidente assegurou que o Brasil não vai exportar óleo cru retirado da camada pré-sal, mas produtos com valor agregado. "Queremos produzir com valor agregado. Vamos ter refinarias para produzir gasolina premium para exportar para a Europa e para os Estados Unidos. Não vamos ser exportadores de óleo cru", afirmou o presidente, que foi muito aplaudido.
Lula procurou transmitir uma mensagem de que as descobertas da camada pré-sal serão usadas para desenvolver a economia brasileira. "Queremos aproveitar esse petróleo para recuperar a indústria naval brasileira", afirmou. O presidente disse que será preciso produzir sondas para exploração do petróleo, plataformas e 200 navios. Ele citou que uma única sonda de perfuração custa US$ 700 milhões e "o Brasil vai ter que produzir 38 delas".
"Eu não sei quantos barris de petróleo nós temos a sete mil metros de profundidade. Eu só sei que é muito mais do que as reservas atuais que o Brasil tem", disse. Lula adiantou que no próximo dia 2 de setembro vai retirar a primeira quantidade de petróleo do pré-sal, algo como 10 mil a 15 mil barris, no Espírito Santo. Em março de 2009, será a vez de Tupi ser explorada.
Otimista, o presidente afirmou que a camada pré-sal vai proporcionar algo fantástico para o País: "gerar mais garantias à estabilidade econômica do Brasil". Na sua avaliação, "as pessoas" vão olhar com mais respeito para o País, vão surgir mais empresas, vai haver mais salários e mais emprego.
Ontem, a Petrobras confirmou que a primeira plataforma de petróleo destinada ao campo de Tupi - área do pré-sal com reservas de 8 bilhões de barris - será construída no Japão.
(Jornal do Comércio, 27/08/2008)