As 37 aves que chegaram a Rio Grande sujas e debilitadas há dois meses foram recuperadas
Depois de dois meses de tratamento no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) de Rio Grande, 37 pingüins-de-Magalhães foram devolvidos ao mar hoje e já rumam para seus hábitats, no sul da Argentina e do Chile.
Nas últimas duas semanas, técnicos que atuam no Museu Oceanográfico da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg) têm cuidado das aves, que chegaram à costa gaúcha sujas de óleo e fracas.
A causa provável da contaminação do grupo — outros 18 seguem em tratamento no centro — foi um vazamento de óleo decorrente de um acidente entre dois navios no Uruguai, no início de junho.
Todos os anos, durante o inverno, eles aparecem na costa brasileira, especialmente a gaúcha, quando migram de suas colônias naturais em busca de descanso e alimento, ou arrastados por correntezas.
No caminho, encontram dificuldades como redes de pesca, lixo e óleo vazado de embarcações. Os que não morrem, chegam à costa debilitados.
No Museu Oceanográfico — que há mais de 30 anos realiza esse tipo de procedimento e é referência nacional no assunto —, têm a plumagem limpa, são hidratados e alimentados. Só depois de atingirem o peso ideal e as condições físicas adequadas, ganham a liberdade.
Integram a equipe do centro dois veterinários, duas oceanógrafas e um tratador, além de estagiários da Furg. Parte desses técnicos do Cram já atuou em ações em várias partes do mundo, como Espanha, México, Argentina, Uruguai e Estônia.
Ainda que o tratamento dependa das condições com que chegam as aves, a média dos que conseguem ser salvas e reabilitadas passa dos 90%.
(Por Rodrigo Santos, Zero Hora, 26/08/2008)