Uma comitiva gaúcha será recebida nesta quarta-feira (27/08) pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e pelo secretário Executivo da Casa Civil da Presidência da República, Carriconde Azevedo, em Brasília. O objetivo destes é definir uma solução para o impasse que envolve a usina termelétrica da AES em Uruguaiana, parada desde 15 de maio. A suspensão das atividades é conseqüência da interrupção no abastecimento de gás por parte do governo da Argentina, em desrespeito ao contrato que está em vigor.
O deputado Frederico Antunes (PP), um dos articuladores do movimento, lamenta que a usina, que trouxe otimismo e gerou empregos na Fronteira Oeste, corra o risco de ser definitivamente desativada, desmontada e implantada fora do Brasil. "No momento em que a geração de energias limpas é uma prioridade em todo o mundo, assistimos à situação lamentável da usina de Uruguaiana, com capacidade para gerar 12% de toda a energia produzida no Rio Grande", adverte. Para o parlamentar, o iminente risco de desabastecimento no Estado, com possibilidade de um apagão, compromete os esforços de atrair investimento e retomar o crescimento da economia gaúcha.
Em operação plena, a termelétrica teria capacidade para gerar 554 MW médios. No entanto, a geração da usina, entre 2005 e 2006, foi de 200 MW a 229 MW médios. No ano passado, este volume caiu para 90 MW médios. Os recursos iniciais aplicados na usina somaram em torno de R$ 900 milhões. O complexo começou a gerar energia em 2000.
As audiências de amanhã em Brasília terão a participação dos senadores Paulo Paim (PT), Pedro Simon (PMDB) e Sérgio Zambiasi (PTB), do deputado estadual Frederico Antunes, além do presidente da Sulgas, Artur Lorentz; do prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice; do diretor geral da Secretaria de Infra-Estrutura e Logística, Edmundo Silva e do jornalista e empresário Antônio Badra.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 26/08/2008)