Cientistas do Massachusetts Institut of Technology (MIT) estão utilizando vírus para fabricar um novo tipo de microbaterias que poderão ser utilizadas para integrar dispositivos biomecânicos, implantes médicos, sensores para monitoramento da saúde em tempo real e até microlaboratórios, os labs-on-a-chip.
Microbaterias biológicas
Cada microbateria terá a metade do tamanho de uma célula humana e será construída por meio de uma técnica relativamente simples, que mistura a impressão com a automontagem de vírus geneticamente modificados.
Os cientistas já conseguiram fabricar dois dos três componentes-chave da biobateria - o anodo o eletrólito. "Os conjuntos de eletrodos resultantes apresentam total funcionalidade eletroquímica," afirmam eles em seu artigo. Agora eles vão se dedicar a produzir o catodo, para que possam construir o primeiro protótipo totalmente funcional.
Automontagem de vírus
A construção da biobateria começa com um material flexível, uma espécie de borracha, sobre a qual são construídos pilares microscópicos por meio de uma técnica conhecida como litografia leve.
No topo desses pilares, cada um medindo entre quatro e oito milionésimos de metro de diâmetro, são depositadas várias camadas de dois polímeros que, em conjunto, agem como um eletrólito sólido.
A seguir vêm os vírus, que se auto-organizam sobre as camadas de polímero, formando o anodo. Os vírus são modificados geneticamente para produzir proteínas que capturam moléculas de cobalto, formando fios ultrafinos. O anodo é justamente o conjunto desses fios.
A mesma técnica de automontagem dos vírus será utilizada para criar o catodo. "Nós estamos também interessados em integrar [as microbaterias] com organismos biológicos," diz a Dra. Angela Belcher.
(Inovação Tecnológica, 26/08/2008)