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zoneamento silvicultura eucalipto no pampa pampa
2008-08-26

Em sua terceira manifestação pública sobre o Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS) no Rio Grande do Sul, o Grupo de Trabalho do Bioma Pampa da Superintendência do IBAMA no estado reforça sua preocupação com a aprovação pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA) do Zoneamento modificado que ameaça o futuro do Bioma Pampa. A argumentação tem fundamentos técnicos e assim vem sendo analisada pelo Grupo, embora exista uma tentativa de desconsiderar as críticas ao Zoneamento modificado, atribuindo às mesmas, aspectos de teor ideológicos. Nessa manifestação específica, o coordenador do GT, analista ambiental Marcelo Machado Madeira ressalta aquilo que é mais caro e fundamental no trabalho do órgão ambiental, a preservação do meio ambiente, no caso específico, um vasto e pouco conhecido bioma que pode estar ameaçado, o Bioma Pampa.

Anteriormente, Marcelo Machado já se posicionava: “como membro do Conselho Estadual do Meio Ambiente, onde represento o IBAMA, não posso me omitir a fazer alguns comentários sobre o teor da proposta de Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS) aprovada em 9 de abril pelo referido Conselho. A forma como foi votada e aprovada é um capítulo à parte e, que por si só, merece uma análise mais profunda em outra oportunidade”.

Ele argumenta que o IBAMA, desde o início das discussões, posicionou-se institucionalmente a favor do ZAS (original) por meio de um parecer do Grupo de Trabalho do Bioma Pampa, criado no âmbito da Superintendência do RS. Lembra que o GT do IBAMA defendia e defende o ZAS originalmente proposto pela FEPAM em seus critérios e diretrizes gerais, admitindo a possibilidade de aperfeiçoamentos. “Mas a esperada discussão técnica-científica sobre aspectos do documento não se deu na forma adequada, tendo sido substituída por uma discussão muitas vezes política e principalmente econômica, em que determinados setores buscavam desqualificar por completo o trabalho da equipes técnicas da FEPAM e da Fundação Zoobotânica (FZB) sob o argumento de riscos aos vultosos investimentos já em implantação no Estado”, argumenta o analista ambiental.

O coordenador do GT acrescenta que as propostas de modificações aprovadas pelo CONSEMA retiram do ZAS quase que a totalidade dos limites e restrições objetivos que poderiam representar mecanismos de salvaguarda da biodiversidade, águas e solos dos Biomas existentes em nosso estado, o Pampa e a Mata Atlântica. Ao não contemplar como referência obrigatória elementos como os índices de vulnerabilidade das Unidades de Paisagem Natural (UPN), os percentuais de uso em cada UPN e os tamanhos e distâncias entre os maciços florestais, o ZAS perde sua razão de ser, deixando de ter parâmetros claros para o planejamento, monitoramento e controle da expansão da silvicultura no RS. Em razão destas considerações técnicas persistirem.

Campos Sulinos
Os Campos sulinos foram assim nomeados pelo estudo de prioridades para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica e dos Campos Sulinos do MMA/Pronabio, elaborado pela CI, ISA, WWF, IBAMA. De maneira genérica, os campos da região Sul do Brasil são denominados como “pampa”, termo de origem indígena para “região plana”. Esta denominação, no entanto, corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao Sul do Estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina.

Outros tipos conhecidos como Campos do Alto da Serra são encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de fisionomia semelhantes à savana.
Os campos, em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegetação arbustiva, como se verifica em vários trechos da área de distribuição dos Campos do Sul.

A região geomorfológica do planalto de Campanha, a maior extensão de campos do Rio Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o Sul do domínio morfoestrutural das bacias e coberturas sedimentares. Nas áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e sudeste de Alegrete, onde se constata o fenômeno da desertificação. São solos, em geral, de baixa fertilidade natural e bastante suscetíveis à erosão.

À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade, apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m -, ralo e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa, Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresentam espécies endêmicas da região. A mata aluvial apresenta inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial.

Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida neste bioma, ocorrem formações campestres e florestais de clima temperado, distintas de outras formações existentes no Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou ameaçados de extinção, ratos d’água, cervídeos e lobos, e 22 espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará (Gymnogeophagus sp., Família Cichlidae) é endêmica da bacia do Rio Ibirapuitã.

A vocação da região de Campanha está na pecuária de corte. As técnicas de manejo adotadas, porém, não são adequadas para as condições desses campos, e a prática artesanal do fogo ainda não é bem conhecida em todas as suas conseqüências. As pastagens são, em sua maioria, utilizadas sem grandes preocupações com a recuperação e a manutenção da vegetação. Os campos naturais no Rio Grande do Sul são geralmente explorados sob pastoreio contínuo e extensivo.

Outras atividades econômicas importantes, baseadas na utilização dos campos, são as culturas de arroz, milho, trigo e soja, muitas vezes praticadas em associação com a criação de gado bovino e ovino. No alto Uruguai e no planalto médio a expansão da soja e também do trigo levou ao desaparecimento dos campos e à derrubada das matas. Atualmente, essas duas culturas ocupam praticamente toda a área, provocando gradativa diminuição da fertilidade dos solos. Disso também resultam a erosão, a compactação e a perda de matéria orgânica.

(Por Maria Helena Annes*, Eco21, 26/08/2008)
*Jornalista do IBAMA-RS


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