O Serviço Jesuíta para Refugiados na Venezuela (SJR) denuncia a situação de deslocamento a que são submetidas as comunidades indígenas entre Colômbia e Venezuela. No dia 13 de agosto, 17 famílias da etnia indígena Makawan chegaram ao setor Bella Vista, de El Amparo no estado venezuelano de Apure.
No total, são 93 pessoas que se encontram em situação de deslocamento, das quais 17 são menores de idade. Francisco Sánchez, presidente do comitê de gestão do conselho comunal de Bella Vista, informou sobre a presença de vários organismos do estado, no entanto, nenhum deles assumiu o compromisso de ajudar esse grupo de indígenas. Sánchez informou que esse grupo de deslocados "ficaram na rua, agora não tem nada".
As causas que obrigaram os Makawan a sair de seu lugar de origem, de acordo com o SJR, não são muito claras. Os membros da etnia indígena se mostram temerosos e esquivos no momento de falar sobre o tema, mas, além das razões que possam existir, é imperioso oferecer os elementos necessários para solucionar sua atual situação e investigar com celeridade as causas de seu deslocamento.
O líder comunitário acrescentou: "por meio de uma carta solicitamos ao Seniat que nos doe alguns alimentos que eles têm, produtos de confiscos que realizam de produtos de contrabando. No entanto, não houve resposta".
Clara Bastidas, advogada do serviço Jesuíta para Refugiados da Venezuela, destacou "os Makawan pedem para ser assentados em terras que sejam cultiváveis, é o que eles sabem fazer". A advogada da organização católica ressaltou que a lista de necessidades desses deslocados é constituída por, entre outras, alimentos, roupas e insumos médicos para a atenção de alguns enfermos.
Dado o número de pessoas, é urgente que os organismos competentes assumam com a maior celeridade possível a atenção aos cidadãos venezuelanos deslocados. O porta-voz do conselho comunal destacou a colaboração da prefeitura com "15 cestas", mas mostrou sua inconformidade com a pouca resposta das instituições do estado.
O Serviço Jesuíta para Refugiados faz um chamado a todos os organismos competentes para que prestam, de forma rápida e efetiva, toda a ajuda necessária para garantir o pleno respeito y gozo dos direitos humanos dessas famílias indígenas que perderam tudo.
(Adital, 25/08/2008)