O professor Elemar Voll, do Centro Nacional de Pesquisa da Soja, da Embrapa do Paraná, está conduzindo estudos sobre a dinâmica das plantas daninhas. Mais recentemente, realizou experimentos que comparavam o período de sobrevivência dessas espécies. Analisou a incidência do Capim-marmelada e da Trapoeraba em uma cultura de trigo, semeada da forma tradicional, com arado e grade, e da forma que defende, diretamente na palha.
Após cinco anos, o pesquisador percebeu uma redução de sobrevivência do Capim-marmelada de doze, para cinco anos, quando utilizou a semeadura direta com o controle de herbicidas. No mesmo experimento, sem herbicidas, a infestação da gramínea provocou algo curioso, que foi a queda na sobrevivência da Trapoeraba, de quarenta para doze anos. Entrou-se então no que é conhecido por alelopatia, ou seja, a liberação de substâncias tóxicas de plantas, que afetam a germinação e o crescimento de outra planta. No caso da Trapoeraba, por exemplo, além da alelopatia presente na cultura do trigo, a infestação por capim marmelada também influiu negativamente no seu desenvolvimento. Vale lembrar que, em todos os experimentos, foram utilizadas as mesmas práticas de manejo. Com isso, concluiu-se que o manejo de plantas daninhas deve envolver a semeadura direta e contemplar a integração entre lavoura e pecuária.
(Por João Guilherme D'Arcadia, Toque de Ciência Unesp, julho de 2008)