Para sobreviver, os vegetais se associam a diversos tipos de microorganismos, como fungos e bactérias, que auxiliam no seu crescimento e na fixação de substâncias vitais. Desde 2001, a professora Elke Bran Nogueira Cardoso, pesquisadora do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq/USP) de Piracicaba coordena um estudo que promove um levantamento e isolamento dos microorganismos relacionados ao pinheiro brasileiro.
No século XVI, essa planta ocupava cerca de 40% das florestas dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Da época do descobrimento até os dias atuais, a intensa exploração da madeira fez esse número cair para somente 3% e a araucária é, hoje, uma espécie ameaçada de extinção.
Assim, nosso projeto pretende, por meio do estudo dos microrganismos associados à planta, identificar o efeito de cada um deles no seu desenvolvimento, comparar os índices encontrados em diversas áreas da floresta e elaborar métodos mais eficazes de preservação e recuperação de florestas. Para isso, coletamos amostras de raízes e de solo da araucária em diferentes estações do ano. Isolando os microorganismos, pudemos avaliar sua função junto à planta, um conhecimento que há pouco tempo ainda não se tinha. Isso torna possível apresentar novos métodos de germinação de sementes de araucária, contribuindo para sua implantação e manutenção de modo saudável.
(Portal Toque de Ciência/Unesp, 21/08/2008)