A organização não-governamental (ONG) Greenpeace criticou a liberação do cultivo de algodão transgênico resistente ao herbicida glufosinato de amônia, aprovada ontem (21) pela Comissão Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A ONG classificou a aprovação como uma “ameaça à agrobiodoversidade do país, especialmente do semi-árido, área rica em variedades silvestres de algodão”.
O algodão liberado é patenteado como Liberty Link pela multinacional alemã Bayer CropScience. Segundo o Greenpeace, o glufosinato, que poderá ser utilizado no cultivo desse algodão, “tem um histórico polêmico de contaminação do solo e com potenciais riscos à saúde humana”.
De acordo com o Greenpeace, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou para os riscos do herbicida para a saúde humana quando a CTNBio aprovou o milho transgênico da mesma multinacional em 2007, que, segundo a ONG, utiliza o mesmo princípio ativo do algodão liberado hoje.
“Segundo a Anvisa, o herbicida não é seguro para gestantes, lactantes e bebês recém-nascidos. Como tanto o milho como o algodão da Bayer são resistentes ao glufosinato, há o risco de grande aumento no uso desse herbicida e, com isso, aparecimento de ervas daninhas resistentes, além do aumento de resíduo do veneno na comida”, apontou o Greenpeace.
(Agência Brasil, 22/08/20008)