Apesar de o município de Rio Grande ainda disputar a instalação de um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Petrobras, um novo fator pode atrapalhar as expectativas dos rio-grandinos: a alteração no Plano de Zoneamento das Áreas do Porto Organizado do Rio Grande. O chefe da Divisão de Planejamento do porto do Rio Grande, Darci Tartari, relata que com as mudanças será complicado implementar o complexo no município, sendo necessário um novo estudo do planejamento.
"A alternativa que restaria, neste contexto, é a outra margem, em São José do Norte", argumenta Tartari. O Conselho de Autoridade Portuária do porto do Rio Grande (CAP/Rio Grande) aprovou na semana passada a proposta de alteração no Plano de Zoneamento. A área que estava prevista para receber o terminal de GNL foi destinada para a ampliação de projetos de reparo e construção naval. Trata-se de um terreno de 22,9 hectares, ao lado do dique seco.
Tartari participou nesta quinta-feira de reunião do grupo de logística do Fórum Temático de Infra-Estrutura da Agenda 2020. Ele também adiantou que nesta semana foi enviado para a análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) o projeto do edital para a efetivação de um Terminal de Produtos Florestais em Rio Grande. Em até 30 dias, o documento deve ser devolvido para que o processo possa ter continuação.
Também esteve presente no encontro o superintendente do aeroporto internacional Salgado Filho, Marco Aurélio Franceschi, que destacou que o cronograma da ampliação da pista do aeroporto de Porto Alegre está dentro do previsto. No entanto, para não haver perigo de atraso, a realocação das famílias que moram próximas à área onde serão feitas as obras terá que ocorrer até o primeiro semestre do próximo ano.
Na semana passada foi entregue o estudo de impacto ambiental do projeto para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Agora, o órgão deverá realizar uma audiência pública para discutir o assunto. A expectativa é de que o licenciamento ambiental seja concedido até o final do ano. Se isso se concretizar, o processo licitatório da ampliação deve ser aberto no primeiro semestre de 2009. Se não forem verificados empecilhos, a extensão da pista será concluída até o final de 2011.
"É uma ação importante para todo o Rio Grande do Sul", diz o superintendente. A pista será expandida de 2,28 mil metros para 3,2 mil metros. A ampliação permitirá, conforme Franceschi, que as aeronaves de maior porte possam sair de Porto Alegre com cerca de 95% da sua capacidade de transporte ocupada. Ele argumenta que a medida trará um ganho para a exportação de empresas gaúchas que, muitas vezes, utilizam o modal rodoviário para chegar a São Paulo e dali enviar suas mercadorias por aviões.
"Com a obra, as cargas poderão sair do Estado direto para o destino final", relata o superintendente. Entre as cargas que serão beneficiadas ele cita produtos perecíveis, como frutas e peixes, e de maior valor agregado, como eletroeletrônicos. O coordenador técnico da Agenda 2020, economista Paulo de Tarso Pinheiro Machado, afirma que a ampliação da pista do aeroporto favorecerá o crescimento da economia gaúcha. Machado enfatiza que é uma meta da Agenda 2020 acompanhar as informações dos projetos que são considerados como prioritários para o desenvolvimento do Estado.
(Jornal do Comércio, 22/08/2008)