(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
reciclagem de aluminio política ambiental brasil
2008-08-22

Nessa quinta-feira, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas) divulgaram o Índice Nacional de Reciclagem de Latas de Alumínio para Bebidas relativo ao ano passado. No anúncio, durante o IX Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio, em Campos do Jordão (SP), surgiu um comentário bem humorado, com base numa decepção recente – a derrota da Seleção brasileira masculina de futebol para a Argentina:  “pelo menos nisso o Brasil foi medalha de ouro”.

Pelo levantamento das entidades, o Brasil lidera mundialmente, pelo sétimo ano consecutivo, a reciclagem de latas de alumínio para bebidas, com um percentual de 96,5% do total comercializado no mercado interno, em 2007. Os números impressionam: foram recicladas no ano passado 160,6 mil toneladas de sucata de latas, o que corresponde a 11,9 bilhões de unidades - 32,6 milhões por dia ou 1,4 milhão por hora.
 
Trata-se do maior resultado registrado pelo índice, desde que ele passou a ser calculado, em 1990. Até então, o recorde havia sido alcançado em 2005, quando o país atingiu a marca de 96,2%. Em 2007, o volume de latas coletado no país foi 15,5% maior que o do ano anterior, acompanhando as vendas, que cresceram 13% no mesmo período.

O segundo colocado no ranking é o Japão, com 92,7% de reciclagem, que lá é obrigatória por lei, e, em terceiro, ficou a Argentina, com 90,5%. Há quatro anos, o índice desse vizinho brasileiro era de aproximadamente 60%. “A crise econômica na Argentina destacou as oportunidades e vantagens de reciclar o alumínio”, disse a AmbienteBrasil o coordenador da Comissão de Reciclagem de Abal, Henio De Nicola.

Ele reconhece que boa parte da performance brasileira nesse quesito deve-se à desigualdade econômica reinante no país, quadro que impulsiona um significativo contingente de menor poder aquisitivo a complementar a própria renda por intermédio do “valor agregado que o alumínio tem”. Isso quando a renda não vem inteiramente dessa atividade de coleta e posterior comercialização das latas. 

Isso não diminui, contudo, o mérito brasileiro em investir na reciclagem, se posicionando na vanguarda desse processo. Apesar desse índice superior a 96% do que foi lançado no mercado interno, a Indústria do Alumínio ainda importa sucata de latas de outros países – as chamadas UBC, sigla de Used Beverage Can -, comprando do México e dos Estados Unidos, por exemplo.

Isso porque a Indústria brasileira não se limita mais a fazer novas latas de latas usadas. “Uma parte das recicladas hoje vira liga para o setor siderúrgico, entre outros usos industriais”, explica Henio.

É uma percepção menos valorizada, por exemplo, pelos Estados Unidos, onde o índice de reciclagem de latas de alumínio fechou 2007 em 53,8%. “Não existem fatores sociais impulsionando a coleta”, diz Henio, fazendo a ressalva de que o volume reciclado corresponde a dez vezes mais que o contabilizado em solo brasileiro. “Em valores absolutos, é considerável”.

Vantagens
No Brasil, a reciclagem de latas de alumínio para bebidas movimentou no ano cerca de R$ 1,8 bilhão. Somente a etapa de coleta (compra de latas usadas) injetou cerca de R$ 523 milhões na economia nacional, o equivalente à geração de emprego e renda para 180 mil pessoas.

Além dos benefícios sociais e econômicos, esse processo é reconhecidamente benéfico ao meio ambiente. O processo de reciclagem de latinhas libera somente 5% das emissões de gases causadores de efeito estufa, quando comparado à produção de alumínio primário.
 
Pelos cálculos da Abal e da Abralatas, ao substituir um volume equivalente de alumínio primário, a reciclagem de 160,6 mil toneladas de latinhas proporcionou uma economia de 2.329 GWh/ano de energia elétrica ao país, o suficiente para abastecer, por um ano inteiro, uma cidade com mais de um milhão de habitantes, como Campinas (SP).

“Estamos absolutamente felizes em manter essa hegemonia”, disse Henio De Nicola a AmbienteBrasil. Ele ressalta, entretanto, que o potencial de crescimento nesse campo é muito maior. Na Inglaterra, a lata de alumínio é a embalagem de 66% da cerveja comercializada naquele mercado. No Brasil, menos da metade: 32%. Da mesma forma, nos Estados Unidos, 56% dos refrigerantes são acondicionados nelas. No Brasil, apenas 8%. A preferência aqui é pelas famigeradas garrafs PET, felizmente também cada vez mais destinadas à reciclagem.

(Por Mônica Pinto, AmbienteBrasil, 22/08/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -