Quarenta e nove bebês morreram desde 1º de janeiro de 2006 em testes clínicos de medicamentos de laboratórios como Roche e Novartis realizados em mais de quatro mil recém-nascidos no principal hospital da Índia, segundo a Fundação Uday, uma associação para pessoas com enfermidades congênitas e em grupos sangüíneos raros.
As mortes das crianças, anunciada nesta semana pelo jornal "The Times of India", foram confirmadas pelo administrador do hospital público e Instituto de Ciências Médicas da Índia (AIIMS) de Nova Déli, Shakti Kumar Gupta, que informou que uma investigação foi iniciada.
O presidente da Uday, Rahul Verma, começou suas investigações em junho sobre os testes clínicos que já duravam 32 meses e para os quais 4.142 bebês foram admitidos no AIIMS, muitos deles com menos de um ano.
Gupta assegurou que todos os testes foram autorizados por um comitê ético interno e estavam conformes as diretrizes do governo indiano. Sem explicar do que sofriam os bebês cobaias, Gupta também afirmou que todos eles estavam gravemente doentes.
Uday exigiu que o AIIMS divulgasse o nome dos medicamentos testados nas crianças e, em sua resposta, o hospital citou a molécula "rituximab" (medicamento Rituxan), do grupo suíço Roche, a molécula "olmesartan" para tratar a hipertensão arterial, desenvolvida pelo japonês Sankyo Pharma, e o "valsartan", do americano Novartis, também contra a hipertensão arterial.
(France Presse, Folha Online, 21/08/2008)