Especialistas defendem manejo para equacionar impactos da silvicultura nos recursos hídricos
eucalipto no pampa
silvicultura
passivos da silvicultura
2008-08-22
A polêmica relacionada ao plantio de espécies como o eucalipto e pinus e o consumo de água também esteve presente nas discussões do 10º Congresso Florestal Estadual e 1º Seminário Mercosul da Cadeia Madeira. O painel A Silvicultura e a Água contou com a participação dos doutores Walter de Paula Lima (Esalq/USP), falando sobre Hidrologia em Ecossistemas de Plantações e Mauro Schumacher da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresentando pesquisa em floresta nativa e em plantação de pinus.
Walter de Paula Lima falou que inúmeros estudos, trabalhos e pesquisas demonstram que é possível a boa relação entre plantações florestais e água. “Muitas atividades humanas afetam os recursos hídricos de forma muito mais intensa, como a agricultura, a irrigação e represamentos em propriedades rurais. Então por que só se fala no eucalipto? Porque ele é mais visível e visado”, disse o especialista em solos e nutrição de plantas.
Para ele, embora a preocupação de muitos ambientalistas seja procedente porque as plantações de florestas exigem muita água, a contrapartida para a questão é o estabelecimento de manejo adequado. “Na natureza, a conservação da água depende da manutenção dos serviços ambientais promovidos pelas microbacias e os responsáveis por isso são as matas ciliares, que também devem ser observadas em plantações de eucalipto e cana, por exemplo”, explicou.
Walter Lima ainda destacou que a solução para a crise da água depende da interação entre ciência e sociedade e as estratégias de manejo dos recursos hídricos têm que ser adaptativas.
Já o professor da UFSM, Mauro Schumacher, expôs o monitoramento que vem realizando sobre a entrada, oferta e perdas de nutrientes, como potássio, sódio e cálcio, em florestas nativas e plantas, por meio do solo, poeira e água da chuva. Há quatro anos a pesquisa é realizada com espécies nativas no município gaúcho de Itaara e há um ano o monitoramento é feito com pinus em Cambará do Sul. Conforme Schumacher, a diferença de resultados é muito pequena entre as nativas e os pinus.
(Assessoria de Imprensa, texto recebido por e-mail, 22/08/2008)