Antes da obra que deu maior vazão à água que passa sob o Arroio das Cabeças, na Vila da Quinta, ser concluída, alguns moradores da localidade enfrentavam grandes enchentes. A água, que não tinha para onde escorrer, acabava tomando conta das casas e ruas inteiras, deixando dezenas de famílias desabrigadas.
Com a obra - feita numa parceria entre Corsan, América Latina Logística (ALL) e Prefeitura - uma nova ponte foi construída ao lado da antiga, por onde passa a linha férrea. Esta última não suportava mais o volume de água no local, causando os alagamentos.
Após o término do empreendimento, apenas uma enchente foi notificada na Quinta. Entretanto, com a chuva forte, os moradores voltam a ficar apreensivos. Isso porque o arroio encontra-se em seu limite na nova ponte, onde os bueiros já estão totalmente tapados.
Até o final da tarde de ontem, nenhuma família havia deixado suas casas. Porém, a Defesa Civil do Município já estava alerta frente à situação, uma vez que novas pancadas d'água estavam previstas para as próximas horas.
Segundo o responsável pela Defesa na cidade, Leonardo Salum, o arroio está em seu limite, mas encontra-se dentro do leito. Diz que às 10h de ontem as comportas da Corsan foram fechadas, diminuindo a vazão das águas para o Arroio das Cabeças, sendo estas direcionadas ao Arroio Martins.
"Deixamos o salão paroquial preparado para receber possíveis desabrigados. Além disso, já dispomos de alimentos e cobertas para estas famílias", explica.
Eronildes Rodrigues mora em uma das casas localizadas na área de risco de enchentes e diz que não deixará sua residência. "Nós nos unimos em mutirão quando limpamos as bocas-de-lobo, fazendo a água da chuva escorrer. Desta vez, minha casa não ficou alagada por causa do arroio, mas pela própria chuva forte que caiu", conta.
(Jornal Agora, 21/08/2008)