As florestas plantadas das indústrias de celulose e papel no Brasil absorvem três vezes mais gás carbônico (CO2) do que emitem. Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), cerca de 1,7 milhão de hectares de florestas de pinus e de eucaliptos, espécies cultivadas para produção de celulose e papel no País, absorvem, em média, 63 milhões de toneladas de CO2 ao ano, enquanto as 220 fábricas para manufatura de celulose e papel emitem 21 milhões de CO2 ao ano.
Os números sobre o seqüestro de carbono pelas florestas plantadas foram apresentados nesta terça-feira, na Asia Pacific Forest Industries Climate Change Conference, realizada em Sydney, na Austrália, evento do qual a Bracelpa foi a única representante do Brasil e que reuniu executivos de empresas de base florestal de diversos países. “Foi uma grande oportunidade de mostrar os diferenciais do Brasil nesse setor”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da associação.
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, esse será um dos principais pontos que a entidade utilizará para a inclusão das florestas plantadas nas negociações do futuro do Protocolo de Kyoto, a partir de 2012, permitindo que empresas do setor negociem créditos de carbono no âmbito das Organizações das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, as florestas de eucalipto crescem, em média, em sete anos, ciclo muito curto se comparado a outros países, nos quais a média é de 14 anos. "E é na fase de crescimento que essa floresta seqüestra mais gás carbônico, cerca de 170 toneladas por hectare ao ano. Depois, a absorção se reduz e se estabiliza', explica Elizabeth.
Em 2005, enquanto o mundo utilizava apenas 13% de fontes renováveis de energia, o Brasil já utilizava, em 2007, 46% desses recursos, sendo 15% provenientes das hidrelétricas e 31% de biomassa, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia. 'Se juntarmos o tripé formado por florestas plantadas, matrizes energéticas limpas e o seqüestro de carbono, fica claro que o Brasil está minimizando o aquecimento global em três frentes. O setor de celulose e papel tem potencial para atuar como protagonista no combate às alterações climáticas.'
A Associação Brasileira de Celulose e Papel – Bracelpa é a entidade responsável pela representação institucional do setor no País e no exterior. Sua ação desenvolve-se no âmbito de um segmento industrial cujos produtos são altamente competitivos e de qualidade world class, num mercado globalizado e extremamente ativo. Em seu processo produtivo, o setor utiliza 100% de eucalipto e pinus originários de florestas plantadas. Os plantios florestais são realizados principalmente em áreas degradadas e atuam como fixação de mão-de-obra no campo, além de evitarem o desmatamento em áreas de florestas nativas.
(
Celulose Online, 21/08/2008)