A Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia Legislativa gaúcha, presidida pelo deputado Nelson Härter (PMDB), aprovou nesta quarta-feira (20/08) a realização de audiência pública durante a II Conferência Internacional do Bioma Pampa, para discutir a desertificação, degradação da terra e arenização na Fronteira Oeste, além das atividades produtivas na região do Bioma Pampa, educação e cultura e o avanço da integração entre os países do Mercosul. Promovido pela Força Sindical, o evento acontece no dia 3 de novembro, nas cidades de Santana do Livramento e Rivera, no Uruguai.
No ano passado a Assembléia Legislativa transferiu alguns de seus órgãos técnicos, como a própria Comissão de Economia e a do Mersocul e Comissão Especial do Florestamento e Reflorestamento Comercial, para participar dos debates sobre o tema. Na época, Härter lembrou que nos países vizinhos abrangidos pelo Bioma Pampa o florestamento tem gerado emprego e renda àquelas nações. "Precisamos debater o assunto com profundidade, mostrar a importância do desenvolvimento e dos cuidados com o meio ambiente e buscar a sustentabilidade através do equilíbrio, comparando a nossa realidade com a Argentina e o Uruguai, onde o plantio de florestas é significativo e tem gerado renda e emprego", destacou.
O que é Bioma Pampa
O Pampa ocupa pouco mais de 176 mil quilômetros quadrados no Brasil, mas se estende também pela Argentina e Uruguai, chegando a 700 mil quilômetros quadrados. É uma das maiores regiões de campos do mundo e o único Bioma brasileiro restrito a um Estado, representando 63% da área do Rio Grande do Sul.
A vegetação é dominada por gramíneas e arbustos e, em alguns pontos, se avistam pequenas matas. As árvores de maior porte são encontradas nas margens dos rios, sangas e arroios. Sete tipos de cactos e bromélias só são encontradas naquela região.
Quanto à fauna, existem 102 espécies de mamíferos, 476 de aves e 50 de peixes. Abaixo do solo do Pampa está o Aqüífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce subterrânea do mundo, dividida entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Também participaram da reunião ordinária os deputados Adão Villaverde (PT), Gerson Burmann (PDT), Heitor Schuch (PSB0, Iradir Pietroski (PTB), José Sperotto (DEM) e Miki Breier (PSB).
Silvicultura em debate
Na próxima sexta-feira (22/08), as comissões de Economia, do Mercosul e de Saúde transferem os trabalhos para o município de Nova Prata, onde acontece desde terça-feira (19/08) o 10º Congresso Florestal Estadual e o 1º Seminário Mercosul da Cadeia Madeira. Além do enfoque ambiental, os assuntos serão abordados do ponto de vista econômico e social. Mais de 800 pessoas estão inscritas, incluindo delegações do Chile, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai. A principal novidade do Congresso Florestal, que teve início em 1968, é a incorporação de um evento específico para discutir a cadeia da madeira.
De acordo com o presidente dos eventos, Carlos Dilda, o objetivo é discutir os avanços da lavoura e da pecuária sobre florestas e os impactos que isso pode ocasionar no clima, se não houver o cuidado com a preservação dos recursos naturais. "Para obter efetivamente a sustentabilidade, é preciso um tripé: social, econômico e ambiental", afirma Dilda.
A audiência pública do Parlamento gaúcho acontece a partir das 8h30, no Clube Grêmio Pratense.
(Por Roberta Amaral, Agência de Notícias AL-RS, 20/08/2008)