O baixo percentual de tratamento de esgoto no país --apenas 30%-- é o principal obstáculo da implementação das diretrizes apontadas pela lei do saneamento, que além do aceso aos serviços de esgoto sanitário, prevê tratamento de água, drenagem urbana e destinação correta para os resíduos sólidos. A avaliação é do secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Leodegar Tiscoski.
Até quinta-feira (21), o assunto será tema do seminário Saneamento Ambiental no Brasil, Avanços e Desafios do Poder Público, organizado pela organização não-governamental ambientalista Instituto Biosfera, que debaterá a situação atual e as estratégias para melhoria do saneamento nas cinco regiões do país.
Na avaliação de Tiscoski, que participou nesta terça-feira da abertura do seminário, a reunião vai permitir a troca de experiências e apresentação de modelos de gestão bem-sucedidos em alguns Estados para auxiliar a elaboração e implementação de propostas em regiões como Norte e Nordeste, onde a falta de acesso ao saneamento é mais crítica.
"Alguns políticos de antigamente tinham a imagem de que investir em saneamento significava enterrar obras. Hoje, a população reconhece e cobra o saneamento como fundamental, necessário para qualidade de vida", afirmou.
O secretário estima que para universalizar o acesso ao saneamento no Brasil são necessários cerca de R$ 180 bilhões. Segundo Tiscoski, nos últimos cinco anos, o governo investiu R$ 12 bilhões e até 2011, outros R$ 40 bilhões serão liberados para as ações na área, no chamado PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) do Saneamento.
"É um processo lento para trazer os benefícios que a população necessita, mas já se começa a ter uma virada", pondera. "Pela histórica falta de investimentos maciços na área, haviam poucos projetos ou estavam defasados. Agora, o setor começou a acordar", avalia Tiscoski.
(Agência Brasil, Folha Online, 20/08/2008)