Cerca de 80 pessoas representantes de várias comunidades de distintas partes do sul do país, que estão gravemente afetadas por empresas mineradoras nacionais e por mega-projetos transnacionais, chegaram à Direção de Mineração de Cuenca para protestar ante a delicada situação que estão vivendo em aspectos de violência social, amedrontamento a dirigentes, e a grave contaminação de fontes de água provocadas pelas empresas mineiras que, que com a volta de autoridades ineptas, continuam em plena atividade.
O protesto e mobilização são o começo de uma série de ações de maior envergadura que a Coordenadoria Nacional pela Defesa da Vida e a Soberania CNDVS (coalizão de comunidades e organizações afetadas pela mineração) realizará nos diferentes lugares de conflito, pois, as comunidades afetadas já não confiam nas autoridades; pior, nem sequer no sistema jurídico vigente, e rechaçam o novo projeto constitucional ao que pontuam de demagógico.
Esta medida se realizou depois que a Assembléia de Delegados da CNDVS decidiu, na quinta-feira passada, iniciar ações para exigir o cumprimento do Mandato Mineiro que expediu a Assembléia Constituinte, o que tem resultado numa farsa, como já o denunciou anteriormente a CNDVS, e que somente pretendia desmobilizar as comunidades.
O protesto também foi contra do nefasto projeto da nova Lei de Mineração, que é a mesma Lei atual retocada, que se constituirá na arma legal e letal para atentar contra a vida das comunidades e a soberania do país.
A medida foi motivada, além disso, pela grave situação de perseguição e ameaças de morte contra os dirigentes da Assembléia Pró-defesa de Nossos Rios, filial da CNDVS, em especial, da companheira Esther Landetta, que se encontra ameaçada por concessionários mineiros da zona de São Gerardo, Ponce Enríquez, área que é de competência da Direção Regional de Cuenca.
O protesto foi pacífico, onde os manifestantes permaneceram desde as 10 da manhã até as 02h30min demonstrando a decisão de continuar a resistência por um Equador livre de mineração em grande escala.
(Adital, 19/08/2008)