Assim como faltam estudos, há, em geral, carência de maior discussão sobre políticas públicas na questão dos impactos ambientais das sacolas plásticas. Em São Paulo, o governador José Serra (PSDB) vetou o projeto de lei 534/07 apresentado pelo deputado Sebastião Almeida (PT), que previa a adoção obrigatória, pelo comércio do Estado, da disponibilização de sacolas oxibiodegradáveis.
O secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, Francisco Graziano Neto,
chegou a escrever que o plástico oxibiodegradável "provoca um efeito visual, não ecológico. Um truque químico. Os aditivos que recebe esfarelam os polímeros derivados do petróleo, fazendo-os desaparecer a olho nu. Mas os resíduos permanecem perigosamente infiltrados no solo. Pior, ao serem decompostos, liberam o carbono de suas moléculas. Representam séria ameaça ao meio ambiente".
Em Porto Alegre, a Câmara de Vereadores decidiu retirar de discussão projeto de lei com o mesmo intuito do vetado em São Paulo. Segundo o vereador Adeli Sell (PT), "fomos convencidos de que era uma furada porque o produto se deteriora em parte". Sell afirma que "faz sentido"
o projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa gaúcha com o objetivo de melhorar a qualidade e reduzir a quantidade de sacolas plásticas disponibilizadas nos supermercados.
Conforme o vereador, a Câmara Municipal de Porto Alegre está rediscutindo o assunto. "Há uma grande confusão envolvendo os oxibiodegradáveis como se fossem perfeitos", diz o vereador. Por outro lado, ele concorda que "não podemos usar tanto plástico. Temos que trabalhar de forma global, com educação ambiental. Na nossa cidade, sumiu a educação para a coleta seletiva, temos que retomar isto", conclui.
(Por Cláudia Viegas, Ambiente JÁ, 18/08/2008)