Mesmo após a polêmica gerada pela apreensão de 3.046 cabeças de gado numa reserva ecológica do Pará, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) mantém a disposição de realizar novos confiscos, informa o blog do Josias.
Em entrevista ao blog, o diretor de Proteção Ambiental do órgão, Flávio Montiel da Rocha, disse que a hipótese de apreensão de gado está expressamente prevista num decreto presidencial. São considerados "bois piratas" os animais mantidos ilegalmente em reservas ecológicas e em áreas de desmatamento já embargadas pelo Ibama.
O diretor do Ibama estima em 50 mil as cabeças de gado que pastam nessas áreas, que somam cerca de 400 mil hectares em todo o país. Só serão apreendidos efetivamente os animais cujos proprietários, depois de notificados e multados, reincidirem na infração ambiental.
Diferentemente do ocorrido com o rebanho apreendido na reserva Terra do Meio (PA), os animais poderão ser vendidos diretamente, sem a necessidade de realização de leilões. Também podem ser doados a entidades específicas.
"Os bens apreendidos poderão ser doados pela autoridade competente para os órgãos e entidades públicas de caráter científico, cultural, educacional, hospitalar, penal e militar, bem como para outras entidades com fins beneficentes."
Após cinco tentativas de leiloar os animais apreendidos, uma decisão judicial permitiu o leilã. com redução do lance mínimo, estipulado em R$ R$ 3,151 mi.
A demora transformou o marketing do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) em um pesadelo --que passou os três meses de duração. Somente os gastos com diárias de policiais e servidores destacados para vigiar os bois, combustível e sobrevôos de helicóptero somaram cerca de R$ 1 milhão.
(Folha Online, 19/08/2008)