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trabalho escravo cana-de-açúcar
2008-08-19
Grupo móvel lavrou 153 autos de infração, interditou cinco frentes de trabalho e apreendeu 39 ônibus irregulares. Trabalhadores retornavam ao alojamento irregular depois de jornada ilegal de 12 horas, sem direito a repouso

As condições flagradas pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na Usina Central do Estado, unidade produtora de açúcar e álcool em Porecatu (PR), estão entre as mais graves encontradas nos últimos tempos no setor sucroalcooleiro. A afirmação foi feita na última quinta-feira (14) pela auditora fiscal do trabalho Jacqueline Carrijo, coordenadora da ação que resgatou 228 trabalhadores da empresa.

O grupo móvel lavrou 153 autos de infração, interditou cinco frentes de trabalho - por ausência de sanitários, água fresca e produtos para higienização - e apreendeu 39 (do total de 43) ônibus irregulares que transportavam trabalhadores. A ação teve início no dia 6 de agosto e se foi motivada por denúncia recebida pelo MTE.

Segundo os fiacais, enxadas, limas e outros instrumentos utilizados no trabalho eram descontados do salário dos trabalhadores. Os cortadores de cana retornavam ao alojamento mantido pela empresa - sem luz elétrica nem instalações sanitárias - depois de uma jornada excessiva de trabalho de 12 horas, sem direito a repouso.

Pessoas aplicavam agrotóxicos sem equipamentos de proteção individual (EPIs), expostos a risco de intoxicação aguda. "Eles iam para suas casas com as roupas contaminadas, colocando em risco a vida de seus familiares, sem nenhuma orientação sobre como proceder", destacou Jacqueline.

Os donos da Usina Central do Estado, que emprega um total de 1,8 mil trabalhadores, são de São Paulo.  

A Repórter Brasil está apurando mais informações sobre mais o resgate ocorrido na usina de açúcar e álcool de Porecatu (MG).

(Por Repórter Brasil, 19/08/2008)

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