Consórcio Quip vence licitação para concluir nova plataforma em Rio Grande e espera aprovação final da Petrobras para a assinatura do contrato que consolida atividade no município
Rio Grande fica mais perto de um contrato US$ 887,52 milhões (R$ 1,45 bilhão) com a vitória do consórcio Quip na licitação para finalizar a plataforma P-55 da Petrobras. Responsável pela montagem da P-53 no município, o Quip agora só espera a aprovação final da estatal para consolidar a cidade portuária gaúcha como centro de atividade da indústria naval.
Embora houvesse expectativa de que Rio Grande pudesse receber a encomenda, só a conclusão dessa etapa de licitação da P-55 assegura a continuidade dos trabalhos no pólo naval gaúcho. Marcos Reis, diretor de suporte corporativo à gestão do Quip (consórcio formado por Queiroz Galvão, UTC Engenharia e Iesa), confirmou ontem que os acionistas instalados em Rio Grande venceram a etapa final de seleção para a construção e a integração dos módulos ao casco. Essa é a parte mais cara e especializada da P-55. O casco já havia sido licitado e será construído pelo Estaleiro Atlântico Sul no porto de Suape, em Pernambuco.
– Vai colocar Rio Grande definitivamente no caminho da consolidação – disse Reis.
Conforme o executivo, agora a proposta vencedora passará por uma avaliação final da Petrobras para fechamento do contrato. É uma espécie de checagem para verificar se todas as exigências da estatal, dona da plataforma, estão atendidas na proposta. A data dessa etapa é imprevisível, explicou Reis, mas uma vez assinado o contrato, o prazo para início dos trabalhos varia entre 10 e 12 meses. Por isso, o plano do Quip é manter sob contrato a parte da mão-de-obra considerada chave para o projeto – área de gestão, técnicos especializados.
– Há um intervalo entre o fechamento do contrato e o início da construção – detalhou Reis.
Os demais, que já estão alocados para obras em outras regiões, devem retornar depois de concluído o processo.
Cerca de 2 mil pessoas irão trabalhar na obra
Durante a construção e integração dos módulos, será necessário um contingente de trabalhadores semelhante ao que finaliza a P-53, ao redor de 2 mil pessoas. O Quip, segundo Reis, também está envolvido na licitação da P-63, que poderá ser integrada também em Rio Grande.
– Para ter uma idéia, a licitação que o consórcio venceu tem o mesmo tamanho da montagem da P-53 – comparou Reis.
Praticamente concluída, a P-53 foi montada sobre um casco de navio importado. No caso da P-55, o casco será construído no Brasil. O custo total deverá alcançar US$ 1,882 bilhão. O valor ficou US$ 200 milhões acima do menor preço apresentado na primeira licitação feita pela Petrobras há um ano e meio, cancelada devido aos elevados valores. Uma segunda concorrência foi anulada no ano passado, o que motivou a Petrobras a desmembrar os projetos para reduzir o custo. A P-55 deve estar pronta até 2012, com capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo ao dia. O prefeito de Rio Grande, Janir Branco (PMDB), comemorou o resultado:
– A Quip é hoje o maior empregador local. O dinheiro dos trabalhadores aqueceu o comércio e dinamizou a economia de Rio Grande.
(Zero Hora, 19/08/2008)