Nem mesmo os Jogos Olímpicos desviam a atenção do governo central da China de questões prioritárias, como a redução da poluição e a maior eficiência energética. Quarta-feira (13), enquanto os atletas chineses acumulavam medalhas, o Ministério de Finanças anunciou o aumento das taxas sobre carros maiores, que consomem e poluem mais. Em contrapartida, baixou as taxas sobre carros econômicos e menos poluentes.
No ano passado, os modelos mais vendidos foram aqueles com motor entre 3.0 e 4.0, enquanto a procura por carros com potência inferior a 1.0 caiu 31%. Para inverter o perfil de consumo, o governo subiu de 15% para 25% a taxa nesta faixa de veículo.
A elevação foi ainda maior para modelos com potência acima de 4.0 – nesse caso, o imposto subiu de 20% para 40%. O valor cobrado foi mantido para carros com motor entre 2.2 e 3.0 (9%) e entre 1.0 e 2.2 (5%). Para veículos com potência igual ou menor que 1.0, a taxa caiu de 3% para 1%.
Em junho o governo central já havia anunciado o aumento do preço da gasolina e do óleo diesel, na tentativa de inibir a circulação de veículos e os conseqüentes aumentos do consumo de petróleo e da poluição.
A China já é o segundo maior mercado automotivo do mundo. O número de carros circulando pelo país aumentou dez vezes nos últimos sete anos, passando de quatro milhões, em 2000, para 40 milhões no ano passado. O país é também o segundo maior produtor de carros do mundo, com nove milhões de unidades em 2007 - no primeiro semestre deste ano, a China montou 5,2 milhões de veículos, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo previsão da Agência Mundial de Energia, em 2010, a China consumirá 20% de toda a energia mundial e importará mais de 50% de sua necessidade de petróleo, o que impõe medidas urgentes na direção de uma maior eficiência energética.
No quesito maio ambiente, a China também tem muito dever de casa. Das 20 cidades mais poluídas do mundo, 16 são chinesas, de acordo com o Banco Mundial. Na capital, Pequim, um terço da poluição vem dos três milhões de carros que circulam na cidade.
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(Por Mylena Fiori, Agência Brasil, 15/08/2008)