(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
impactos mudança climática br
2008-08-18
Estudo científico publicado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) projeta que a mudança climática da Terra poderá afetar o mapa agrícola do Brasil. O aquecimento global poderá forçar a migração de culturas, a diminuição de área de cultivo e maior pressão sobre a chamada área de “fronteira agrícola” entre o Cerrado e a Amazônia.

As regiões mais afetadas são Sul, Sudeste e Nordeste do país, o que pode resultar na transferência de culturas para as áreas agricultáveis da Amazônia Legal e no aumento do fluxo migratório para a região. Segundo o coordenador do estudo, Hilton Silveiro Pinto, áreas agricultáveis da Amazônia “não deverão sofrer qualquer problema”.

A Embrapa Informática Agropecuária e o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas da Unicamp) fizeram projeções para 2020, 2050 e 2070 e construíram dois cenários para as culturas de algodão, arroz, café arábica, cana-de-açúcar, feijão, girassol, mandioca, milho e soja.

No cenário mais pessimista, as temperaturas vão subir em diferentes regiões de 2 a 5,4 graus célsius. No cenário menos negativo, a variação é de 1,4 a 3,8 graus célsius.

À exceção da cana-de-açúcar e da mandioca, as projeções prevêem que todas as demais culturas estudadas sofrerão impactos negativos com o aquecimento da temperatura no planeta. Segundo o estudo “Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira”, algumas plantas podem até continuar crescendo com a mudança climática, mas sem florescer e gerar frutos.

O estudo contabiliza que, se nada for feito para reverter o aquecimento, a agricultura brasileira poderá perder até R$ 7,4 bilhões ao ano, a partir de 2020, com a diminuição da safra de grãos. Em 2070, o prejuízo poderá contabilizar até o dobro e chegar a R$ 14 bilhões/ano. Nessa hipótese, a soja (que, na safra 2007/2008, colheu 61 milhões de toneladas de grãos) é a cultura mais prejudicada: os pesquisadores estimam uma perda de área agricultável de até 40%.

No caso da cana-de-açúcar e da mandioca, o efeito é o contrário: o aquecimento aumenta o volume de terras com clima adequado para a plantação.

O presidente da Comissão Nacional do Meio Ambiente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Doca Veronez, criticou projeções feitas com pesquisas climáticas e opinou que o cálculo está distorcido. “Eles analisam só as culturas que têm prejuízo, mas avaliando só as culturas que terão prejuízo não avaliam, por exemplo, o impacto positivo no caso da cana”, pondera.

O coordenador do estudo, Hilton Silveiro Pinto, afirmou que a pesquisa quer evitar qualquer “terrorismo climático” e associou a preservação com a agricultura como forma de combate ao aquecimento global. “Nós temos grandes processos de mitigação e adaptação que hoje se mostram práticas totalmente viáveis de seqüestro de carbono e que evitam danos à agricultura, fazendo arborização e cultivo, integrando pecuária, lavoura e floresta”, defendeu.

Para o pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Paulo Barreto,o estudo mostra que é “melhor prevenir do que remediar” o aquecimento global, e uma forma de fazer isso é resolvendo o problema fundiário da Amazônia. “A principal medida é reduzir o desmatamento na Amazônia. O estudo reconhece que já tem tecnologia para melhorar a qualidade da pastagem, ou seja, criar mais gado nas pastagens que já foram abertas”.

Além do combate ao desmatamento e às queimadas; os pesquisadores da Unicamp e da Embrapa assinalam que medidas como o plantio direto na palha (sem aragem) podem mitigar os efeitos do aquecimento. Outra possibilidade, criticada por ambientalistas, é a produção de sementes geneticamente modificadas, que gerem plantas mais resistentes ao aumento das temperaturas.

Não há unanimidade na comunidade científica sobre as causas do aquecimento global. O painel intergovernamental das Nações Unidas atribui o aumento de temperatura à emissão de gases que eliminam a camada de ozônio que protege a Terra de raios solares. O Brasil é considerado um grande emissor desses gases por causa do desmatamento das florestas.

Outros cientistas não vêem na ação do homem razões suficientes para o aumento do aquecimento, e explicam o fenômeno com base no aumento da intensidade dos raios solares e dos ciclos da Terra, entre outros fatores. Para alguns, o aquecimento pode até aumentar a quantidade de chuvas em algumas áreas.

Para fazer as projeções, os pesquisadores da Unicamp e da Embrapa produziram mapas climáticos dividindo o território nacional em áreas de 50 quilômetros quadrados. O estudo levou 10 meses e custou R$ 530 mil financiados pela Embaixada Britânica.

(Agência Brasil, 18/08/2008) 

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -