Quem não tem em casa um aparelho de DVD quebrado ou uma impressora defasada e sem cartuchos disponíveis no mercado? É o típico lixo tecnológico. Um dos grandes problemas de um mundo onde a cada dois anos todos eletrônicos são substituídos por modelos mais “modernos”.
Sempre há um ou dois eletrônicos esquecidos em algum canto de sua casa. Nada mal para uma indústria que movimenta no Brasil algo como R$ 63, bilhões de reais. Pena que os mesmos esforços usados para vender, não sejam empregados em “recolher” a sucata tecnológica. O contato direto com esse equipamento intoxica milhares de pessoas, em muitos casos, crianças que passam o dia brincando e ajudando os país nos lixões.
Essa semana o Greenpeace denunciou o novo destino da sucata high-tech. Ghana, na África. Grandes contêineres com computadores, monitores e TVs de empresas como Philips, Cânon, Dell, Microsoft, Nokia, Siemens e Sony foram flagrados sendo desembarcados no país. Algumas empresas até recolhem esse lixo high-tec, mas exportam esse material para países pobres, que aceitam a função de depósitos mundial de detritos.
Até então, os principais lixões do mundo estavam na China e Índia. A pratica é considerada ilegal, e é camuflada por uma suposta “reciclagem” que quase sempre acontece sem nenhum controle ambiental ou sanitário. São toneladas de fios e restos de equipamentos eletrônicos depositados a céu aberto e recolhidos manualmente por “catadores”, pobres sem muita opção de sobrevivência. O contato direto com esse equipamento intoxica milhares de pessoas, quase sempre crianças que passam o dia brincando e ajudando os país nos lixões.
Em Guiyu, na China, 100 mil pessoas abandonaram os campos de arroz para virarem catadores de lixo tecnológico.
(Por Juliana Arini, Blog do Planeta, 17/08/2008)